Era uma das maiores barbadas da noite. Por conta de sua atuação catártica em Coringa, Joaquin Phoenix recebeu seu primeiro Oscar, aos 45 anos, na categoria de melhor ator. A cerimônia teve início na noite de domingo (9).
É a segunda vez que o personagem é premiado no Oscar: em 2009, Heath Ledger recebeu um prêmio póstumo de melhor ator coadjuvante por viver o palhaço em Batman: O Cavaleiro das Trevas. A atuação de Hedger foi tão marcante que qualquer outra pessoa que fosse convocada a viver o vilão da DC Comics novamente seria vista com desconfiança – Jared Leto tentou em Esquadrão Suicida (2016), porém fracassou.
Mas, em Coringa, Phoenix conseguiu: ele traz uma representação sombria, atormentada e imprevisível – um personagem repleto de nuances. O ator também entra para a história com a antológica sequência da dança do Coringa na escadaria do Bronx, ao som de Rock & Roll Part II, de Gary Glitter. Segundo o jornal El País, o local no bairro nova-iorquino virou ponto de encontro de turistas para reproduzir a cena em fotos e vídeos.
Em seu discurso, Phoenix clamou por mudanças:
– Eu acho que a gente se desligou do mundo. Nós temos medo dessa ideia de mudanças. Acho que quando utilizamos amor e compaixão como motivador, podemos criar mudanças benéficas para todos.
E também destacou:
– Nos desligamos do mundo natural e temos a crença de que somos o centro do universo, merecedores de ter uma vaca e inseminá-la artificialmente para depois roubar seu filhote. Os seres humanos são criativos, engenhosos, quando utilizamos o amor e a compaixão, podemos criar mais.
Phoenix também discorreu sobre igualdade e comunhão:
– Às vezes nos fazem sentir que defendemos causas diferentes, mas para mim existe comunhão. Se estamos falando de igualdade, direitos LGBTQ+, racismo, direitos dos animais, tudo isso diz respeito a Justiça.
No final de seu discurso, Joaquin lembrou de seu irmão, River Phoenix (1970-1993).
– Quando ele tinha 17 anos, ele escreveu uma música que dizia o seguinte: "Corra para o resgate com amor, e a paz o seguirá" – recordou.
Também concorriam na categoria de melhor ator Antonio Bandeiras (Dor e Glória), Leonardo DiCaprio (Era Uma Vez… em Hollywood), Adam Driver (História de um Casamento) e Jonathan Pryce (Dois Papas).