É só uma alucinação, mas é doce imaginar que Carlos Drummond de Andrade teria escrito Poema de Sete Faces sentado à borda do cânion Monte Negro, o ponto mais alto do Rio Grande do Sul. Melhor ainda teria sido assistir ao poeta recitar o trecho “Mundo mundo vasto mundo / mais vasto é meu coração”, de olhos cravados no horizonte. E, para deixar a cena mais bucólica, do outro lado da margem poderíamos ver saindo detrás da nuvem em bruma, que parecer surgir de dentro do cânion, o cantor e compositor Vitor Ramil, entoando sua Ramilonga entre acordes e assovios, apenas para costurar a poesia de Drummond.
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