O momento de instabilidade econômica que atinge o Brasil já se reflete no Ensino Superior. Pesquisa feita pelo Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinepe/RS) aponta que houve queda no número de novos alunos em instituições do Estado. Dos 18 estabelecimentos consultados, metade teve redução de mais de 10% de novas matrículas e apenas 33,3% mantiveram o índice com relação a 2015.
Além da diminuição nas matrículas de novos alunos, o número de créditos contratados também sofreu queda significativa. Em 55,6% das universidades, os estudantes contrataram menos créditos, comparado com 2015. Em 27,8% das instituições, a redução passa de 10%. Com relação a inadimplência, ela variou entre 10% e 15% em 2015.
– Nós tivemos, nos últimos anos, um aumento do número de alunos que frequentam cursos superiores, principalmente das classes C e D. E essas são as primeiras pessoas que sentem a crise econômica, principalmente com a perda do emprego. Mesmo alunos com poder aquisitivo maior estão trocando de universidade, procurando alternativas mais em conta – diz Bruno Eizerik, presidente do Sinepe.
Martinho Luís Kelm, presidente do Consórcio das Universidades Comunitárias do Rio Grande do Sul (Comung) chama a atenção para outro impacto negativo que atingiu o setor do ensino privado: a redução de contratos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), administrado pelo governo federal. No primeiro semestre de 2016, foram mais de 25 mil vagas, 1.721 a menos do que no ano anterior. Diante desse cenário, as universidades estão criando alternativas para diminuir os prejuízos, abrindo caminho para que os estudantes não precisem adiar a sonhada formação.
Levantamento feito pelo Educa junto a instituições privadas do Estado mostra que as opções passam por programas próprios de financiamento – onde o aluno paga um percentual do valor durante o curso, deixando para quitar o restante após a faculdade – e modalidades que isentam quem está desempregado do pagamento das mensalidades em um determinado período.