Se você está deixando a canga do ano passado de fora da bagagem, com a ideia de comprar uma nova na beira da praia, pense duas vezes: o produto está 75% mais caro em relação ao mesmo período do ano passado, segundo os próprios comerciantes. O aumento dos preços não se restringe ao vestuário: levantamento feito por Zero Hora em praias gaúchas constatou que o veraneio também está mais salgado nos setores de hospedagem e de alimentação.
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Alguns aumentos se deram em poucos dias. A equipe visitou o mesmo restaurante duas vezes, no mesmo horário, em 14 e 26 de dezembro. Resultado: em 12 dias, o quilo do bufê passou de R$ 31 a R$ 41 - 32% a mais. O dono do estabelecimento, em Capão da Canoa, preferiu não se identificar, mas justificou a alta com a "lei da oferta e da procura":
- Duas semanas atrás, mal havia movimento por aqui. Agora, chove gente.
Na beira da praia, água de coco, cerveja e milho cozido - três dos itens mais procurados - estão custando R$ 1 a mais que na temporada passada.
Água de coco, cerveja e milho cozido estão R$ 1 mais caros
Foto: Anderson Fetter, Agência RBS
- O fornecedor aumentou os preços, então, inevitavelmente, tivemos de repassar aos consumidores - afirma Eliane da Silva, responsável por um quiosque à beira-mar de Torres.
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Sofreram esse mesmo impacto os clientes de Marli Aparecida Neves, que há cinco anos se desloca de sua cidade, Araçuaí (MG), para o litoral gaúcho, onde empurra um carrinho cheio de biquínis, maiôs, cangas, chapéus e saídas de banho. A parte de cima do biquíni (as peças são avulsas) passou de R$ 25 a R$ 35 de um veraneio a outro. Ela mesma não descarta a possibilidade de ser este o motivo pelo qual ainda não viu a venda deslanchar, desde que chegou a Tramandaí, há uma semana.
- Tudo aumentou, né? A gente tem de acompanhar para não sair no prejuízo - resigna-se.
Marli elevou em R$ 10 peças que vende à beira da praia
Foto: Anderson Fetter, Agência RBS
No Parque da Guarita, em Torres, praia que Marli também frequenta, o único serviço que manteve o preço estável foi o aluguel de cadeiras e guarda-sóis: a diária de cada peça é de R$ 10 - o mesmo valor há pelo menos três anos, segundo os proprietários da barraquinha.
- É um valor razoável, que inclusive facilita o troco. Além disso, buscamos aliviar para o turista que já precisou pagar para entrar no Parque (de cada carro, é cobrado R$ 5) - conta um dos responsáveis, Vinício Kuwer.
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