Ouvir uma entrevista de Renato Portaluppi, mesmo depois de uma vitória, se tornou enfadonho. Foi uma pena que o auxiliar Marcelo Salles não foi o responsável pelas explicações sobre o jogo contra o São Paulo. A repetição de ofensas, ameaças e ira desmedida não soma nada para o Grêmio, especialmente num momento em que acabou o drama.
O time não tem mais como cair. Renato pode até abrir mão de dirigi-lo nos dois últimos jogos. Salles já mostrou qualidades dentro do campo e na sala de conferências. Em 2025 o técnico tricolor será outro e preciso já se pensar no ano novo. Pois este pensamento é que se mostra preocupante depois de outra entrevista, a de Antonio Brum.
O vice-presidente de futebol gremista fez uma avaliação praticamente de quem comunga com os pensamentos e as frases prontas de Renato Portaluppi, quando faz um diagnóstico do que aconteceu na atual temporada. Quando Brum fala que o atual grupo gremista é de qualidade melhor do que em outros tempos, vale a pergunta: em qual tempo? Não é possível, por exemplo, aprovar e tratar como suficiente um sistema defensivo como o atual. Quando o Tricolor teve uma formação tão frágil nos últimos 10 anos? Nunca.
Da mesma forma, o dirigente falou sobre o treinador como se não houvesse críticas ou um visível destempero nas manifestações e reações do mesmo. Antonio Brum pareceu ignorar que há conflitos sérios com a imprensa, especialmente a identificada com o próprio clube, e com os torcedores comuns.
Só não há vaia forte porque se trata do maior profissional da história gremista. O reconhecimento de problemas por Brum aconteceu, mas não houve firmeza na hora de admitir que é hora urgente de começar 2025. Houve panos quentes passados sobre uma campanha em que valeu muito a ineficiência dos concorrentes e que uma chegada à Copa Sul-Americana é um prêmio sem muito merecimento.
Antonio Brum, ou está com um discurso para tentar evitar tumulto nas últimas rodadas, ou erra feio no diagnóstico e deixa de cabelo em pé quem pretende virar rápido a página de 2024 e ver as necessárias mudanças. O Grêmio, assegurado na primeira divisão do próximo ano, obrigatoriamente precisa fazer desta semana a largada para a busca de soluções, sejam as do comando técnico ou as de dentro do campo. Se ficar no discurso oficial da coletiva do domingo, cuidado...muito cuidado.
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