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Se o Inter é vice-líder por pontos no Brasileirão, é porque tem Thiago Galhardo. Não houvesse o meia que se tornou centroavante, os colorados certamente não estariam tão destacados na tabela. O Brasil está encantado e surpreso com o artilheiro do campeonato.
O encantamento se dá pelos gols, por assistências, pela movimentação e pela postura dentro e fora do campo. A surpresa acontece porque ele vive um momento mágico como nunca aconteceu em passagens por outros clubes. É um coadjuvante do cenário nacional que assumiu definitivamente a condição de protagonista. A mais recente prova foi dada na vitória colorada sobre o Bragantino.
Galhardo é o melhor jogador do Brasileirão. Talvez não se trate do atleta com mais capacidade técnica ou grandeza no currículo, mas seu desempenho e importância para seu clube são diferentes de outros destacados atletas. Se pegarmos exemplos como Keno no Atlético-MG, Bruno Henrique ou Éverton Ribeiro no Flamengo, ou Marinho no Santos, para citar apenas alguns de grande desempenho atualmente, nenhum deles é tão fundamental isoladamente para sua equipe quanto o colorado. Destes, quem está mais próximo é o santista, mas a artilharia pesa a favor do goleador do Inter.
Considerar Thiago Galhardo o melhor jogador do Brasileirão, porém, não significa dizer que a Seleção Brasileira é um destino natural para ele. Há muito tempo o futebol nacional não tem atletas que joguem no país sendo presenças obrigatórias nas convocações.
Na comparação específica com Éverton Ribeiro, que foi chamado num setor semelhante para as Eliminatórias, vale para o flamenguista um conjunto de obra recente bem mais rico, bem como uma experiência maior em competições de alta exigência e uma qualidade reconhecida durante praticamente toda a carreira.
Não está inviabilizado para Galhardo o sonho de um dia jogar na Seleção. Isto é plenamente justificável, seja pela qualidade técnica que vem mostrando no Brasileirão, seja pela postura, algo muito valorizado por Tite. Há de se considerar, no entanto, que a concorrência no setor tem alguns dos melhores jogadores do planeta. Não ser chamado um destaque doméstico está longe de significar uma injustiça.