Na terça-feira, fui acordado com café na cama. Quer dizer, quase isso. Pouco depois das 7h da manhã, ouvi o barulho da maçaneta girando. Achei que era a Jaque, minha esposa, entrando ou saindo do quarto. Ou que eu estava sonhando. A noite havia sido agitada pelas preocupações que, pela manhã, se tornam pequenas e insignificantes. Não era sonho. Nem a Jaque. Era a Maya. Nessa semana, ela aprendeu a abrir portas. Cresceu o suficiente para alcançar mais essa conquista. Parece algo banal, corriqueiro. Para mim, teve um significado especial, talvez pela experiência com minhas duas filhas mais velhas. Não lembro quando elas abriram uma porta pela primeira vez sozinhas. Na época, nem imaginava o que isso, simbolicamente, significava. Agora, a Maya, teoricamente, já pode sair. Ela nem sabe disso, ainda bem. Mas em breve aprenderá. Assim como aprenderá a usar as chaves, com as quais já brinca.
Descobertas da infância
Opinião
As portas
Quando, um dia, ela abrir a porta e for para o mundo, esse caminho de afeto estará sempre aqui, marcado nas lembranças
Tulio Milman
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