A aprovação de propostas do governo Melo que haviam sido rejeitadas na gestão de Nelson Marchezan revela muito sobre a lógica da política brasileira.
Mesmo que a composição da Câmara Municipal tenha sido alterada, a facilidade para chancelar temas polêmicos do transporte coletivo, por exemplo, comprova que as relações no tabuleiro do poder se dão mais pelo “como” do que pelo “o quê”.
Sebastião Melo é mais afável, negocia melhor, é menos briguento. O mérito e os benefícios para a cidade são muitas vezes secundários quando egos e sobrevivência política estão em jogo.
Poucos meses atrás, era um absurdo. Agora, passou fácil. Como sempre, as definições são desenhadas nos bastidores, na sintonia fina, no sorriso e nas portas abertas. E nós, aqui do lado de fora, olhando pontos a achando que vemos o desenho todo.