Não há lei e fiscalização que resistam à falta de honestidade pessoal. Pediram ao governo pressa na concessão do auxílio emergencial. Assim foi feito, em um país gigantesco, com deficiências de infraestrutura e atrasado no compartilhamento de informações. Deu no que deu.
Centenas de milhares de cidadãos adultos e capazes de compreender a diferença entre o certo e o errado optaram, por vontade própria, pela idiotice fantasiada de falsa esperteza. Não é culpa do governo ou da Caixa Federal que haja tantas pessoas desonestas no Brasil. Puni-las seria sim uma colaboração para esse amplo processo que chamamos de educação.
O pior é que boa parte nem acha que fez algo tão errado assim. Mais de seiscentos mil brasileiros estão nessa lista. Explicações furadas como "fiz de brincadeira", "nem usei o dinheiro ainda" ou "vou devolver" são tão terríveis quanto a sem-vergonhice em si.