A queda no movimento está empurrando o sistema de transporte coletivo da Capital para o abismo. Quem garante é a Associação dos Transportadores de Passageiros, que representa as empresas de ônibus de Porto Alegre. De acordo com Antônio Augusto Lovatto, engenheiro da instituição, se nada for feito há risco de colapso em 15 dias.
– Não teremos mais dinheiro nem para comprar diesel – garante.
Lovatto apresenta números. Mesmo com a redução de custos gerada pelos horários reduzidos, a conta não fecha. De acordo com a ATP, serão precisos R$ 42 milhões para fazer os ônibus funcionarem até o fim do mês. A previsão de arrecadação é R$ 16 milhões. Há, portanto um buraco de R$ 26 milhões nas contas. O transporte coletivo de Porto Alegre já vinha enfrentando problemas devido à queda no movimento gerada, entre outros fatores, pela concorrência das empresas de aplicativos.
O prefeito da Capital, Nelson Marchezan, também faz o alerta:
– Haverá um colapso no transporte público no Brasil inteiro. O governo federal precisa entender que transporte público é como saúde pública, educação pública. É para os mais humildes, é um fator social e econômico. Precisa ter uma solução estruturante para todo o Brasil – declarou.
A ATP, por sua vez, pediu ajuda de R$ 13 milhões à prefeitura para pagar a folha. Também quer remuneração por quilômetro rodado, uma vez que a EPTC determinou os parâmetros da prestação do serviço, e também a isenção de ICMS para combustível.