Essa foi uma das perguntas mais ouvidas logo depois da prisão do ex-presidente Michel Temer e do seu segundo homem de confiança, Moreira Franco. O gaúcho Eliseu Padilha era o primeiro. Figura central no governo, Padilha se consagrou como grande articulador. Mapeava cada deputado, seus pontos fortes e suas vulnerabilidades. Tem relações sólidas com integrantes de todos os poderes e conhece as luzes e sombras de Brasília como ninguém.
Eliseu Padilha atua sob os holofotes com o mesmo talento com que trabalha nos bastidores. De ex-prefeito de Tramandaí a um dos homens mais poderosos do país, ele também colecionou inimigos. Sabe que os riscos de ser preso são grandes e, a essa hora, deve estar pensando no que fazer se isso realmente acontecer.
Padilha conhece cada milímetro do Congresso, do Palácio do Planalto e de seus interlocutores. Se recupera agora de um câncer. Está mais fraco e debilitado.
É um alvo óbvio para os acusadores. Mas Padilha, como poucos, sabe se defender. Hoje, no Brasil, cadeia não é mais só uma questão de Justiça, mas sim de conveniência.