O maior portal de vídeos do mundo encomendou aos seus geniozinhos um programa capaz de identificar, sem ajuda humana, imagens postadas por radicais, especialmente os do Estado Islâmico.
E assim foi feito.
Pesquisas, testes, certezas. Um clic e a nova ferramenta, em velocidade assombrosa, percorreu bilhões de arquivos digitais. Uma enorme quantidade de vídeos foi bloqueada, obedecendo aos novos parâmetros ensinados às máquinas.
Ops.
Sem querer, no embalo, milhares de registros feitos por civis e ONGs sobre as atrocidades na Guerra da Síria foram retirados da plataforma. De acordo com o New York Times, a trapalhada compromete provas que poderiam ser usadas em tribunais internacionais contra os responsáveis pela matança. Sem falar nos danos ao relato da História.
A empresa se defende. Afirma que o programa vai melhorar com o tempo e que vários dos vídeos já foram recarregados.
A primeira recomendação do YouTube é para que organizações e pessoas deixem claro, no resumo online, quais seus objetivos ao postar as imagens da guerra. O Estado Islâmico, a essa hora, deve estar pensando em algo tipo "mostrar ao mundo o que é certo e combater os inimigos da verdade".