Se você não estiver indo para a praia ou desconectando nas férias, o fim de semana convida para ver um filme.
Na lista desta sexta-feira (10), reuni títulos que estrearam há pouco tempo no cinema ou que chegaram recentemente a plataformas de streaming — é por isso que alguns não são exatamente novos. Mas todos ganharam ou disputam prêmios importantes, como o Oscar e o do Festival de Cannes.
Clique nos links se quiser saber mais sobre alguns dos filmes.
All That Breathes (2022)
De Shaunak Sen. É um dos cinco concorrentes ao Oscar de melhor documentário, além de disputar o Bafta (da Academia Britânica), o PGA Awards (da Associação dos Produtores dos EUA) e o DGA Awards (do Sindicato dos Diretores dos EUA). Registra a luta de dois irmãos _ Saud e Nadeem _ para, na companhia do amigo Salik, proteger e recuperar pássaros conhecidos como milhafres-pretos (black kite), afetados pela poluição que se abate sobre o céu e o ambiente de Nova Déli, na Índia. A cidade também sofre com uma escalada da violência de cunho religioso. Sem lançar mão de narração ou de entrevistas propriamente ditas, o filme estimula a reflexão sobre a relação do homem com a natureza _ e com seus semelhantes _ e consegue extrair imagens poéticas de ambientes degradados. (HBO Max)
Os Banshees de Inisherin (2022)
De Martin McDonagh. Em cartaz nos cinemas, soma nove indicações ao Oscar, incluindo melhor filme, direção, ator (Colin Farrell), ator coadjuvante (Brendan Gleeson e Barry Keoghan) e atriz coadjuvante (Kerry Condon), e é o segundo título mais premiado na temporada. Só perde para Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo.
Os Banshees de Inisherin se passa em uma ilha da Irlanda dos anos 1920. Farrell interpreta Pádraic, um pequeno produtor de leite que, todos os dias, às duas da tarde, vai ao único bar do local para tomar cerveja com seu melhor amigo, Colm, um violinista vivido por Gleeson. De cara, surge o conflito dramático: unilateralmente, sem dar muita explicação, esse músico rompe a amizade. O leiteiro não se conforma, e a partir daí o filme vira uma tragicomédia que funciona em pelo menos dois níveis. Por um lado, a situação engaja e intriga o espectador, e vem à mente a clássica pergunta, "o que você faria?", tanto no lugar de Pádraic quanto no de Colm. Por outro, como a guerra civil irlandesa serve de pano de fundo, o filme faz refletir sobre qualquer cenário onde alguma diferença _ política, religiosa, sexual, esportiva etc. _ se impõe e anula as muitas semelhanças. (VER SALAS)
Depois de Horas (1985)
De Martin Scorsese. Um operador de computadores de Manhattan (Griffin Dunne) tem a pior noite da sua vida depois que concorda em visitar no Soho uma garota (Rosanna Arquette) que conheceu em um café. A comédia dramática valeu a Scorsese o troféu de melhor direção no Festival de Cannes. (Looke, com período de teste gratuito no Amazon Prime Video)
A Honra do Poderoso Prizzi (1985)
De John Huston. O penúltimo título dirigido pelo cineasta duplamente oscarizado _ como diretor e como roteirista _ por O Tesouro de Sierra Madre (1948) e outras 12 vezes indicado pela Academia de Hollywood é ambientado no coração da máfia nova-iorquina. Jack Nicholson vive um matador profissional de uma poderosa família que cai de amores por uma bela mulher, papel de Kathleen Turner. Ela, vem a saber ele, também é uma assassina de aluguel. Esta mistura de filme de gângster e comédia dramática ganhou o Oscar de atriz coadjuvante (Anjelica Huston) e concorreu em outras sete categorias, incluindo melhor filme. (Looke, com período de teste gratuito no Amazon Prime Video)
Mestre dos Mares: O Lado Mais Distante do Mundo (2003)
De Peter Weir. À época das grandes navegações, capitão (Russell Crowe) de um navio da marinha real britânica protagoniza um jogo de gato e rato com uma poderosa embarcação da armada francesa. Estrelado também por Paul Bettany, Billy Boyd e James D'Arcy, trata-se de um bom tributo a um gênero que já teve seu momento de ouro do cinema. Conquistou os Oscar de fotografia e edição de som e disputou mais oito categorias, incluindo melhor filme e direção. (Amazon Prime Video)
Pearl (2022)
De Ti West. Ainda não vi, mas, por causa dos fartos elogios ao desempenho da atriz Mia Goth, recomendo a segunda parte de uma trilogia de terror que animou os fãs do gênero. Na primeira, X: A Marca da Morte, ambientada na década de 1970, um grupo de atores se propõe a fazer um filme pornô na zona rural do Texas, mas acaba entrando em atrito com seus anfitriões, um estranho casal de idosos. Pearl se passa em 1918, quando a personagem do título (Mia Goth) sonha em se tornar uma estrela do cinema. Em breve, virá MaXXXine. (Em cartaz nos cinemas)
Quero Ser John Malkovich (1999)
De Spike Jonze. John Cusack interpreta um jovem marionetista desempregado e casado com uma mulher obcecada por animais de estimação (Cameron Diaz). Ao aceitar o emprego de arquivista no sétimo andar e meio de um edifício, ele descobre uma passagem misteriosa para o ego do ator John Malkovich. Foram três indicações ao Oscar: direção, atriz coadjuvante (Catherine Keener) e roteiro original (Charlie Kaufman, já explorando temas e formas que depois seriam vistos em Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças e Estou Pensando em Acabar com Tudo, por exemplo). (Amazon Prime Video)
Simonal (2018)
De Leonardo Domingues. Vencedor de quatro troféus no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro e de três Kikitos no Festival de Gramado, o filme conta a história de ascensão e derrocada de um dos maiores ídolos da MPB: Wilson Simonal (1938-2000), cantor de sucessos como Meu Limão, Meu Limoneiro, Nem Vem que Não Tem, Mamãe Passou Açúcar em Mim e Sá Marina, papel interpretado por Fabrício Boliveira. Houve um tempo em que este artista negro e filho de uma empregada doméstica só tinha Roberto Carlos como rival à altura. Mas o sonho de fama e fortuna de Simonal começou a virar pesadelo em 1971, quando se envolveu em um nebuloso caso policial que arruinou sua carreira e o fez cair no ostracismo. (Netflix)
Till: A Busca por Justiça (2022)
De Chinoye Chukwu. Lamentavelmente ignorado nas indicações ao Oscar, Till tem como trunfo uma das atuações mais marcantes da temporada: a de Danielle Deadwyler, premiada no Gotham e pela National Board of Review, indicada ao Critics' Choice e concorrentes no Bafta (da Academia Britânica) e no SAG Awards (do Sindicato dos Atores dos EUA). A atriz interpreta uma personagem histórica: Mamie Till-Mobley (1921-2003), que se tornou uma ativista dos direitos civis para os afro-americanos após a morte por linchamento de seu único filho, Emmett, 14 anos, em agosto de 19555, no Mississippi. (Em cartaz nos cinemas)
Titanic (1997)
De James Cameron. A história do filme é batida: moça de família, prometida ao insensível herdeiro de um milionário, e um rapaz pobre se apaixonam. O final também já é conhecido: o navio afunda. Mas mesmo depois de 25 anos, completados em 19 de dezembro, Titanic segue insubmergível. E agora voltou definitivamente à tona: nesta quinta-feira (9), reestreou nos cinemas, em uma versão remasterizada e com efeitos em 3D, o título ganhador de 11 estatuetas do Oscar que já está há um bom tempo indisponível nas plataformas de streaming. (Em cartaz nos cinemas)