Se fosse possível, viveria sempre numa manhã de Natal. Numa manhã de Natal, com uns cinco ou seis anos, comi o pé do Menino Jesus. Como eu poderia imaginar que não era um doce de açúcar, um marzipã, aquela figura do nosso presépio de gesso? Noutra manhã de Natal, com uns cinco ou seis anos, escondi um dos Reis Magos para proteger um gato que decepou-lhe a cabeça ao invadir a sagrada área sob a árvore. Por décadas, as duas figuras continuariam no nosso presépio assim, meio prejudicadas: o pequeno Jesus com aquela cicatriz amarelada marcando para sempre a travessura infantil; o Rei Baltasar seguiria seus dias com um colar de cola branca no pescoço negro.
2018-2019
Ano-Novo, mas sempre Natal
Que bom seria se pudéssemos manter o espírito das manhãs natalinas em 2019
Rosane Tremea
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