
O nome do deputado Paulo Pimenta voltou a circular nos bastidores do PT como possível candidato a governador, depois de líderes do partido terem dado como certo que ele disputaria uma das vagas do Senado e Edegar Pretto concorreria ao Piratini. O que motivou a reviravolta foi uma pesquisa encomendada pelo partido com diferentes cenários de primeiro e segundo turnos e que, basicamente, indica que Pimenta é mais competitivo tanto nas simulações de primeiro como de segundo turnos.
Um dos principais canos eleitorais de Pimenta é o responsável pelo escritório da Reconstrução no Rio Grande do Sul, Maneco Hassen, que foi braço direito do deputado nos dois ministérios que ele ocupou. As pesquisas em que Juliana Brizola (PDT) aparece em primeiro lugar também pesam nas avaliações dos petistas sobre a formação de alianças para 2026.
Pretto disse à coluna que desconhece qualquer pesquisa interna do PT e se baseia nos levantamentos publicados:
— Nesses, não estou mal. Concordo que nossa prioridade agora é unir os partidos de centro-esquerda, mas sou pré-candidato a governador. Em 2022 comecei com 4% e cheguei a 27%. Por muito pouco fiquei fora do segundo turno, numa disputa que tinha o governador como franco favorito.
Embora Juliana deva ser candidata a deputada federal, para reforçar a nominata do PDT, que é fraca, seu desempenho leva os petistas a olharem para o PDT com respeito. O próprio Pimenta, que não descarta a possibilidade de concorrer à sucessão de Eduardo Leite, diz que a prioridade do PT deve ser buscar uma aliança com outros partidos de esquerda e centro-esquerda para lançar candidaturas viáveis ao governo e ao Senado.
O desejo do PT é formar uma coligação que inclua, além dos tradicionais aliados como PSOL e PCdoB, o PDT e o PSB, dois partidos que hoje integram o governo Leite e são cobiçados por Gabriel Souza (MDB).
O retorno da ex-deputada Manuela D’Ávila ao cenário político também contribui para que o PT pise no freio em relação a nomes. Sem partido desde que deixou o PCdoB, Manuela foi convidada a entrar no PSOL, no PT e no PSB, mas disse que só vai definir seu futuro no segundo semestre.
A ala do PT que prefere Pimenta como candidato ao Piratini avalia que Manuela seria uma excelente postulante ao Senado neste ano em que duas vagas estarão em disputa, já que outras eleições mostraram que o problema dela é o segundo turno. No Senado, entram os dois mais votados.
Os petistas também querem adiar decisões cruciais até saber o que fará o governador Eduardo Leite. Caso ele seja candidato ao Senado, o cenário se modifica. Leite prefere concorrer a presidente, mas depende de uma série de variáveis, a começar pelo destino do PSDB, que negociar uma fusão com o Podemos e o Republicanos.