
Logo no início do terceiro governo Lula, em 2023, saíram as primeiras reportagens mostrando que Juscelino Filho, o ministro das Comunicações, estava envolvido em denúncias de corrupção. Eram investigações fundamentadas, amparadas em documentos, mostrando que Juscelino, quando era deputado, fazia trampa com emendas parlamentares.
Lula deve ter pensado algo como "quem nunca?" para manter o ministro até agora. Foi preciso que a Procuradoria-Geral da República denunciasse Juscelino por corrupção passiva e outros crimes para então o governo se livrar de um dos mais inúteis integrantes do primeiro escalão.
Deputado sem brilho, Juscelino virou ministro com a bênção de David Alcolumbre, hoje presidente do Senado. Nestes dois anos e três meses, não fez nada de relevante além de colecionar denúncias de envolvimento em irregularidades. E Lula? Fez ouvidos moucos. Afinal, precisava agradar à parte do Centrão com a qual Juscelino é identificado.
A informação do momento é que Juscelino decidiu pedir demissão para cuidar da sua defesa. A vaga deve seguir com o União Brasil, partido de Alcolumbre, que planeja indicar o líder do partido na Câmara, Pedro Lucas Fernandes.
A denúncia da PGR será um teste para a independência do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), a quem caberá avaliar se as acusações são procedentes. A defesa de Juscelino, claro, diz que ele não fez nada de errado. Que "limitou-se a indicar emendas parlamentares para custear a realização de obras em benefício da população".
Quando foi deputado, Juscelino enviou emendas parlamentares para a prefeitura de Vitorino Freire, no Maranhão, onde sua irmã Luanna Rezende era prefeita. De acordo com a denúncia da PGR, o futuro ex-ministro recebeu propina pelas obras executadas.