O Irã anunciou neste domingo (13) que continuará negociando com os Estados Unidos de forma "indireta", por meio de Omã, e que "o único tema" será o nuclear.
Os dois países, que não têm relações diplomáticas desde 1980, realizaram ontem negociações sobre o programa nuclear iraniano mediadas por Omã.
A pedido do Irã, seu principal diplomata, Abbas Araqchi, não se encontrou diretamente com o enviado dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff. Mas as duas autoridades conversaram brevemente, de acordo com Teerã.
A Casa Branca descreveu as negociações como "muito positivas e construtivas" e, em sua opinião, marcaram um "passo adiante". O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, propôs negociações diretas.
"As negociações continuarão sendo indiretas (e) Omã continuará sendo o mediador", disse hoje o porta-voz diplomático iraniano Esmail Baqai, na TV estatal. "O único tema das conversas será o nuclear e o levantamento das sanções."
Teerã e Washington concordaram em continuar as negociações no próximo sábado. Segundo a agência de notícias oficial Irna, elas vão acontecer na Europa.
O secretário de Defesa americano, Pete Hegseth, descreveu hoje as conversas como "muito construtivas", mas ressaltou que os Estados Unidos "atingirão duramente" o Irã caso elas fracassem.
Esses são os primeiros contatos desse tipo entre os dois países desde 2018, quando o primeiro governo republicano retirou os Estados Unidos do acordo de 2015 entre o Irã e as principais potências para limitar seu programa nuclear em troca do levantamento das sanções econômicas.
O objetivo das reuniões é que Washington e a República Islâmica concluam um novo pacto, depois que Teerã renegou seus compromissos e se aproximou dos níveis de enriquecimento de urânio necessários para fabricar uma bomba atômica.
Para os Estados Unidos e outros países ocidentais, o objetivo final de Teerã são as armas nucleares, embora o país negue isso e alegue que se trata de um programa civil.
* AFP