
O MDB cansou do jogo de cena do deputado federal Osmar Terra, que mesmo fechado com o PL há meses finge para uma parte dos eleitores que ainda pretende continuar no partido. Nesta quarta-feira (16), a executiva terá reunião extraordinária para discutir o caso do deputado.
Terra foi convocado para a reunião, mas ainda não confirmou presença.
A tendência é o MDB liberar o deputado antes da janela de março de 2026, para que siga seu caminho no PL, como já acertou com os deputados Giovani Cherini e Luciano Zucco. Liberar significa dar garantias de que o partido não reivindicará sua cadeira de deputado na Justiça, alegando infidelidade partidária.
As manifestações de Terra, com críticas ao vice-governador Gabriel Souza e ao governador Eduardo Leite, incomodam os deputados do partido que ocupam secretarias e filiados que estão em cargos de segundo e terceiro escalões. Desde a pandemia, quando aderiu ao bolsonarismo, Terra se mostra mais alinhado com o bloco de direita no Congresso do que com o MDB, até porque hoje o partido faz parte do governo Lula.
O que o MDB ganha facilitando a saída de Terra? Livra-se de um inimigo na trincheira, que apesar de sua longa história no partido comporta-se como um adversário. Mais de uma vez, filiados sugeriram a abertura de um processo na Comissão de Ética, mas a direção nunca discutiu abertamente essa possibilidade.
Nos bastidores, o argumento é que o partido não dará espaço para Terra sair como vítima de perseguição interna. Agora, o MDB está disposto a facilitar a saída para que outros deputados ou pré-candidatos à Câmara possam tentar conquistar os eleitores do MDB no reduto eleitoral de Terra.