
Vista de longe, a federação dentre Progressistas (PP) e União Brasil é uma forma de um ajudar o outro a ultrapassar a cláusula de barreira e se fortalecer nos Estados em que um é mais fraco, já que são dois partidos desiguais. Fechando o foco para o Rio Grande do Sul, onde o PP tem o maior número de prefeitos e bancadas numerosas na Assembleia e na Câmara, o cenário é favorável ao lançamento de uma candidatura viável ao governo do Estado.
Nenhum dos dois partidos tem um candidato natural, mas com esse casamento ficou mais fácil vencer a disputa pelo passe da deputada federal Any Ortiz, que está de saída do Cidadania, um partido fadado a morrer de inanição.
Any já disse à coluna que está disposta a concorrer ao Palácio Piratini e que não se importa de ficar quatro anos sem mandato. Ela, que em 2024 não quis concorrer a prefeita de Porto Alegre pela federação PSDB-Cidadania, tem sido assediada por diferentes partidos para migrar na janela de março de 2026 e ser candidata. Além de PP e União Brasil, MDB, Republicanos e PSD já convidaram a deputada para conversar.
Desde que Jair Soares se elegeu governador, em 1982, o PP (com seus diferentes nomes desde que virou PDS na volta do pluripartidarismo) sempre foi coadjuvante. Nas vezes em que lançou candidato, teve resultados pífios, a ponto de ser chamado de “partido dos grotões”, porque só conseguia bons resultados no Interior.
Para 2026, se vingar a federação com o União Brasil, os dois partidos juntos terão dinheiro, tempo de TV e capilaridade, três fatores essenciais em uma eleição majoritária. Falta o nome, e aí entraria Any como a novidade.
O PP tem o maior número de prefeitos e vereadores no Estado e um histórico de deputados estaduais e federais bem votados. O União Brasil entra com os recursos do fundo eleitoral e os dois juntos somam seus tempos na propaganda de rádio e TV que podem ser decisivos tendo um candidato (ou uma candidata) que saiba se comunicar.