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Todos os números da pesquisa Quaest são desfavoráveis ao presidente Lula, repetindo as más notícias dos outros institutos. O Quaest, por ser o que mais acertou na eleição municipal de 2024, tem peso maior. Os números gerais e o detalhamento indicam que Lula terá muita dificuldade para recuperar a popularidade perdida, mesmo que a economia melhore.
As coisas boas do governo (sim, há programas e dados positivos) desaparecem na bruma da campanha sistemática da oposição nas redes sociais e da inabilidade do governo para lidar com situações adversas.
Na pesquisa Quaest os eleitores foram questionados sobre as alternativas que estão sobre a mesa para 2026, incluindo Jair Bolsonaro que hoje é inelegível e enfrenta uma denúncia que poderá levá-lo à prisão. Pelo alto índice de rejeição em estados-chave, Lula perde não só para Bolsonaro, mas também para desafiantes como Tarcísio Freitas, Romeu Zema, Ratinho Júnior, Michelle Bolsonaro, Pablo Marçal e Gusttavo Lima.
Na avaliação do governo, o negativo supera o positivo em todos os maiores Estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás). Note-se que até no Nordeste, antiga fortaleza do PT, que garantiu a vitória em 2022, Lula vai mal e seria facilmente superado se a eleição de 2026 fosse hoje.
Registre-se que o Quaest não testou os nomes de Ciro Gomes nem de Fernando Haddad. Todas as simulações foram feitas para identificar o potencial dos candidatos à direita de Lula ou de arrivistas que entrariam na onda do “conta tudo o que está aí”.
O PT não admite falar de uma eleição sem Lula. Um grupo acredita na sua capacidade de recuperação, outro faz pouco caso das pesquisas. Os números sugerem que o presidente precisa repensar a candidatura à reeleição, por mais difícil que seja optar por uma saída honrosa, depois de três mandatos. O que seria essa saída honrosa? Apoiar um nome com menos rejeição, mesmo que de outro partido. Geraldo Alckmin (PSB) e Simone Tebet (MDB) poderiam encarnar a figura de representantes do centro democrático, mas esse é uma sacrifício que o PT nunca deu sinais de que esteja disposto a fazer.