O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
A Câmara de Vereadores de Dilermando de Aguiar, no centro do Estado, barrou a criação de uma secretaria de Igualdade Racial no município. O projeto enviado pelo prefeito Jorge Saidelles (União Brasil) foi rejeitado na quarta-feira, por cinco votos a quatro.
O município é o mesmo que, em 2024, tentou transferir o feriado do Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, para 23 de dezembro.
Na época, o prefeito era Claiton Ilha, do MDB, que hoje faz oposição a Saidelles. Ilha recuou após determinação da Justiça para a manutenção da data do feriado.
O projeto assinado pelo atual prefeito criava a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial, Cultura e Turismo no município.
O governo, que tem minoria na Câmara, alegava que a pasta seria necessária para a criação de políticas públicas nessas áreas e também para atrair recursos estaduais e federais.
No entanto, os vereadores da oposição, que são maioria na Casa, rejeitaram a proposta. Uma das alegações é de que a estrutura criaria despesas adicionais ao município.
Com o empate em plenário, o voto de minerva pela rejeição foi dado pelo presidente da Câmara, Jairo Leal (Republicanos).
De acordo com o último censo do IBGE, Dilermando de Aguiar tem 2,8 mil habitantes, dos quais 23,5% se identificam como negros, pardos ou indígenas. No RS, esse percentual é de 21,5%.