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O jornalista Henrique Ternus colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
Prestes a completar um ano do incêndio que atingiu a Pousada Garoa, na Avenida Farrapos, a Câmara Municipal de Porto Alegre instalou nesta quarta-feira (26) a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que vai investigar o episódio. A proposta da investigação no Legislativo é do vereador Pedro Ruas (PSOL), que será o presidente da comissão.
Já nesta quarta, Ruas apresentou sua proposta de plano de trabalho para o andamento da CPI, que deverá ser aprovado na sessão inaugural da comissão, em 10 de março. Será nesta data também que o grupo formado por 12 parlamentares irá decidir quem será o vice-presidente e o relator.
— É com muita alegria que recebo a todos. É um momento de muita responsabilidade de todos nós, é claro — declarou o vereador.
Segundo o plano proposto, a CPI vai examinar as circunstâncias que levaram ao incêndio e ouvir pessoas envolvidas com o caso. Inicialmente, deverão ser convocados o ex-secretário municipal de Desenvolvimento Social Léo Voigt e as direções anterior e atual da Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), assim como os proprietários da Pousada Garoa à época do incêndio.
O plano de Pedro Ruas é também realizar oitivas com o delegado da Polícia Civil responsável pela investigação e com o administrador do Cemitério São João, onde quatro das 11 vítimas foram sepultadas.
As sessões da CPI vão ocorrer sempre às segundas-feiras pela manhã, no plenário da Câmara Municipal. Integram a CPI os vereadores:
- Pedro Ruas (PSOL) — presidente
- Alexandre Bublitz (PT)
- Coronel Ustra (PL)
- Erick Dênil (PCdoB)
- Gilvani o Gringo (Republicanos)
- Giovani Culau e Coletivo (PCdoB)
- Hamilton Sossmeier (Podemos)
- Marcos Felipi (Cidadania)
- Mauro Pinheiro (Progressistas)
- Moisés Barboza (PSDB)
- Rafael Fleck (MDB)
- Ramiro Rosário (Novo)
Relembre o caso
Uma unidade da Pousada Garoa na Avenida Farrapos foi atingida por um incêndio na madrugada de 26 de abril de 2024. O prédio fica entre as ruas Barros Cassal e Garibaldi, a poucos metros da estação rodoviária. O fogo começou por volta das 2h30min e se espalhou rapidamente pelos quartos da pousada.
Os bombeiros encontraram 10 vítimas. No dia 6 de maio, um homem que fora ferido no incêndio e estava hospitalizado faleceu, ampliando o total de mortos para 11.
A rede de pousadas Garoa era conveniada pela prefeitura para abrigar pessoas em situação de vulnerabilidade.
Em dezembro do ano passado, a Polícia Civil indiciou três pessoas por incêndio culposo, ou seja, sem intenção de matar, com o agravante morte. Foram indiciados André Kologeski da Silva, dono da pousada Garoa, Cristiano Atelier Roratto, presidente da Fundação de Assistencia Social e Cidadania (Fasc), e Patrícia Mônaco Schüler, fiscal de serviços da Fasc.