Aos 35 anos de vida, o PSDB do Rio Grande do Sul caminha para a eliminação das divergências internas que sempre marcaram sua existência. Neste domingo (29), a partir das 8h30min, em convenção na Câmara de Vereadores de Porto Alegre, a prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas, será aclamada presidente estadual do PSDB, unindo todos os grupos que por muito tempo travaram uma guerra silenciosa — às vezes barulhenta — pelo poder. A deputada Nadine Anflor assumirá o comando do PSDB Mulher no Estado.
Paula assume o partido com aval do governador Eduardo Leite, da ex-governadora Yeda Crusius, do atual presidente do partido, Lucas Redecker, e de todos os deputados tucanos. E para marcar sua gestão, conseguiu montar um diretório com representação igualitária entre homens e mulheres. Dos 105 integrantes, 53 são mulheres e 51 são homens.
— Quero em primeiro lugar unir o PSDB. Não há mais espaço para divisão nem aqui no Rio Grande do Sul, nem no Brasil. Precisamos estar unidos aqui para fortalecer o Eduardo (Leite) na presidência do diretório nacional.
O maior desafio da futura presidente será comandar as articulações para a eleição de 2024, já que o PSDB não tem candidato natural à sucessão nas principais cidades que governa, a começar por Pelotas.
Uma das mais entusiasmadas com o 50/50 é Yeda:
— Somos o país da diversidade. Nossa presidente em Porto Alegre é Gloria Crystal, uma mulher trans e negra. A Paula é uma agregadora, que não vai deixar as picuinhas contaminarem o partido.
Yeda é presidente nacional do PSDB Mulher, que está completando 25 anos e vai comemorar a data na véspera, às 18h, em um encontro no Plaza São Rafael, quando será apresentado o documentário de 17 minutos chamado de "PSDB Mulher: 25 anos construindo o Brasil que queremos", produzido pela Critério Resultado em Opinião Pública.
— Ao homenagear figuras históricas, como Ruth Cardoso e Lucy Montoro, o filme traz uma declaração atemporal de resiliência, força e determinação de mulheres que lutaram e ainda lutam por uma democracia plena, em que se supõe igualdade — diz, Yeda, primeira e única mulher a se eleger governadora do Rio Grande do Sul.
É dessa perspectiva que ela pergunta:
— Por que apenas duas em 20? Por que apenas 10 em 100?