O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
A decisão do Tribunal Superior Eleitoral que tornou inelegível o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve precipitar a disputa pela atenção do eleitorado de direita, mirando a eleição de 2026. Na passagem recente por Porto Alegre, Bolsonaro havia manifestado desejo de concorrer novamente à Presidência, mas a deliberação do TSE mina esses planos.
A despeito da inelegibilidade, é improvável pensar em Bolsonaro fora dos holofotes. Naturalmente, quem ganhar a bênção oficial do capitão terá preferência de ocupar seu espaço na próxima eleição presidencial.
Hoje, o "herdeiro" mais cotado é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Eleito com apoio do ex-presidente, Tarcísio ganhou projeção pela eficiência no Ministério da Infraestrutura e tem simpatia dos conservadores. Além disso, conta a seu favor o perfil mais sereno, na comparação com Bolsonaro, e a influência natural de quem comanda o Estado mais importante do Brasil.
Além de Tarcísio, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que já demonstrou interesse em disputar o Planalto e é o preferido entre os liberais, tende a entrar na briga.
Se Bolsonaro optar por alguém que esteja sob sua influência direta e permanente, pode lançar a esposa, Michelle - hipótese já cogitada o presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto.
Na semana passada, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o ex-presidente disse ter uma “bala de prata” para o pleito de 2026, mas não citou nomes.
Antes de apontar o sucessor, no entanto, Bolsonaro vai continuar viajando pelo Brasil em eventos do PL. Ele também tem prometido a futuros candidatos a prefeito que percorrerá o país para apoiar candidaturas dos aliados em 2024.