Vice-líder da bancada do PT na Assembleia, o deputado Luiz Fernando Mainardi contesta a afirmação da coluna de que os partidos que hoje criticam o regime de recuperação fiscal nada fizeram para resolver o problemas da dívida quando foram governo. Mainardi lembra que no governo de Olívio Dutra o PT trabalhou pela revisão do pacto federativo, mas não obteve sucesso, porque “parte considerável da imprensa viu no acordo fechado por Antônio Britto com a União a salvação da lavoura gaúcha”.
— Depois, com Tarso Genro, renegociamos o índice de correção, trocando o IGP-DI (do acordo firmado por Britto) pelo IPCA e diminuímos os juros de 6% para 4%. A realidade anterior, com a correção pelo IGP-DI e juros de 6%, significou uma correção de 342% e um juro exorbitante de 1.142% entre 1999 e 2013 — diz o deputado.
Esse movimento, segundo o deputado, significou uma diminuição de R$ 22 bilhões no montante da dívida, “um alívio para o Rio Grande do Sul em qualquer perspectiva”. Mainardi considera a ação do PT mais eficaz e “muito diferente do que fizeram José Ivo Sartori e Eduardo Leite, que aumentaram o estoque da dívida em R$ 17 bilhões apenas com o que deixaram de pagar e pretendem pedalar para os próximos governos”.
Mainardi sustenta que a dívida é controversa e deve ser auditada antes de qualquer acordo com o governo federal:
— O PT é contra a adesão ao regime de recuperação fiscal porque isso vai aprisionar o Estado durante longos 10 anos, limitando seus gastos sociais e, caso o projeto que está em discussão nesta terça-feira, até mesmo os investimentos. Isso tudo sem qualquer abatimento da dívida, que seguirá sendo reajustada e crescendo.