O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
O vereador de Porto Alegre Alexandre Bobadra (PSL) foi indiciado pela Polícia Civil por constranger a colega Bruna Rodrigues (PCdoB) durante uma sessão da Câmara Municipal em setembro do ano passado. Na ocasião, o vereador teria dito que Bruna "tem tesão" por ele. O indiciamento foi noticiado em reportagem do jornalista Giovani Grizotti, da RBSTV.
Bobadra foi indiciado pela prática de um crime incluído no ano passado no Código Eleitoral, que pune com pena de um a quatro anos de prisão quem “assediar, constranger, humilhar, perseguir ou ameaçar, por qualquer meio, candidata a cargo eletivo ou detentora de mandato eletivo, utilizando-se de menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia”.
Bruna avalia que o indiciamento é “uma vitória que abre precedentes importantes para o combate à violência política de gênero”.
— Quando nós, mulheres, nos desafiamos a ocupar os espaços de poder, infelizmente ainda enfrentamos, tanto na campanha quanto em nossos mandatos, os efeitos do machismo, que nos violenta e nos silencia — declarou.
Agora, cabe ao Ministério Público decidir se apresenta denúncia contra o parlamentar.
Na Câmara, a representação de Bruna contra o colega na Comissão de Ética foi arquivada. O suposto diálogo entre os vereadores não foi registrado por áudio ou vídeo, e também não foi ouvido por testemunhas.
À coluna, Bobadra negou que tenha utilizado as palavras citadas por Bruna e disse que está sendo vítima de uma armação em razão de uma disputa política:
— Esse fato não existiu. E não tem prova nenhuma porque não existiu. Eu repudio qualquer ato de ofensa contra a mulher.
O vereador ainda comentou que registrou ocorrências contra a colega por denunciação caluniosa e por ter sido empurrado por ela em plenário dias depois do suposto diálogo.
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