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O acordo entre o governo de Sebastião Melo e entidades que representam servidores públicos para a aprovação da reforma da previdência não foi suficiente para garantir os dois votos decisivos do PDT ao projeto. Embora os vereadores Mauro Zacher e Márcio Bins Ely estejam satisfeitos com as alterações e e se disponham a dar aval ao projeto, ainda buscam a anuência do partido antes da votação.
No final de maio, a executiva municipal do PDT se reuniu e emitiu posição contrária à reforma. Agora, com o acordo entre governo e entidades assinado, os vereadores pretendem rediscutir o assunto internamente, para convencer os correligionários a alterarem a posição.
Ao que tudo indica, não será uma missão simples. Nesta quinta-feira (10), a deputada Juliana Brizola enviou comunicado à coluna reafirmando o desejo de que os colegas de partido votem contra a reforma. A posição está calcada em um documento recebido por Juliana, em nome da executiva nacional, em que o Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) e outras entidades que se recusaram a negociar com o governo pedem que a reforma seja rejeitada.
"Saliento que qualquer mudança de posicionamento com relação à matéria apenas será feita mediante nova reunião de executiva, que não tem previsão e, na nossa opinião, nem motivo para ocorrer", diz nota da deputada.
Líder da bancada na Câmara, Zacher quer propor nova discussão sobre o assunto em reunião partidária "o mais rápido possível". O vereador lembra que, caso não consiga os 24 votos para aprovar o projeto que altera a Lei Orgânica,o governo pretende elevar as alíquotas cobradas dos servidores para até 22%. Para isso, seriam necessários apenas 19 votos.
— O cenário atual é de que, se não aprovarmos a reforma na Lei Orgânica, os servidores vão perder muito mais na lei complementar. Não garantir o voto é equivalente a dizer que os servidores pagarão 22%.
Ainda não é possível dizer o que acontecerá se a executiva do PDT não mudar o entendimento. Zacher evita antecipar o posicionamento caso isso ocorra e diz que acredita que os argumentos da bancada serão considerados pelos correligionários.
Sem os votos do PDT, o governo não conseguirá reunir o contingente necessário para aprovar a reforma na Câmara.
Independência reafirmada
A despeito da pressão de vereadores da base aliada para que o prefeito Sebastião Melo demita pessoas filiadas ao PDT que ocupam cargos no governo caso o partido não apoie a reforma, Mauro Zacher garante que nenhuma dessas pessoas foi indicada oficialmente pelo partido. Segundo ele, os convites partiram do prefeito Sebastião Melo, que jamais ameaçou exonerá-los em caso de infidelidade.
— Não são indicações partidárias e não há nenhuma cobrança por votos relacionada a isso— afirmou.
Apesar de ter filiados ocupando cargos na prefeitura, a bancada do PDT se proclama independente na Câmara.
Nesse ponto, Zacher e Juliana concordam.
"Quanto as manifestações dos governistas, ressaltamos que não integramos a base. Aliás, nunca discutimos o possível ingresso no governo. Portanto, não tememos qualquer ameaça, o PDT é um partido limpo e idôneo, e se filiados estão ocupando cargos no governo estão por conta própria. Isso não compromete, nem de longe, qualquer posicionamento do PDT quanto a um tema tão caro para nós trabalhistas", diz a nota da deputada.