Com 5,6 mil funcionários no quadro, a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) gastou, no ano passado, R$ 1,17 bilhão em despesas de pessoal (salários, benefícios aos servidores, FGTS e previdência). O valor é o dobro dos R$ 592,9 milhões que a empresa projeta investir durante todo o ano de 2021. Em 2020, o valor reservado para investimentos foi ainda menor: R$ 459,3 milhões.
De acordo com os dados atualizados da companhia, que está a poucos meses de ter o controle acionário repassado à iniciativa privada, cada servidor custa, em média, R$ 15,8 mil por mês. Com média salarial superior à do setor privado, no caso dos mais antigos, os funcionários ainda contam com benefícios como avanços trienais de 5%, promoções por tempo de serviço, auxílio-creche, plano de participação nos resultados, vale-alimentação e vale-rancho, no valor de R$ 737,38.
O panorama sobre o impacto dos encargos com pessoal no orçamento da companhia foi apresentado aos deputados estaduais e federais do PSDB, em reunião na segunda-feira (12). Já o valor previsto para o investimento anual consta na mensagem encaminhada à Assembleia pelo Piratini no início do ano.
Os correligionários do governador Eduardo Leite estão compilando argumentos para preparar a defesa pública da privatização da companhia, anunciada por Leite no mês passado.
Depois da reunião, os parlamentares e assessores projetaram que, pelo quadro atual, o cenário a médio e longo prazo da Corsan será semelhante ao verificado na CEEE. A bancada acredita, inclusive, que o cenário é pior do que as projeções feitas pelo próprio governo.
Em entrevista à colunista Marta Sfredo, o presidente da Corsan, Roberto Barbuti, projetou que a estatal deveria investir R$ 1 bilhão ao ano entre 2022 e 2033 para cumprir a meta de levar saneamento a 90% das casas no Rio Grande do Sul, como prevê o novo marco legal do setor. Nos cálculos dos tucanos, seria necessário um aporte maior, de R$ 1,4 bilhão ao ano, para atingir o percentual exigido.
Outro número levantado pela bancada do PSDB chama a atenção: segundo dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), a tarifa de saneamento do Rio Grande do Sul é a maior do Brasil. A tarifa média no Estado, em 2019, foi de R$ 6,54/m3, ou seja, 52% maior do que a média nacional, registrada no mesmo período em R$ 4,31/m3.
Experimente um jeito mais prático de se informar: tenha o aplicativo GZH no seu celular. Com ele, você vai ter acesso rápido a todos os nossos conteúdos sempre que quiser. É simples e super intuitivo, do jeito que você gosta.
Baixe grátis na loja de aplicativos do seu aparelho: App Store para modelos iOS e Google Play para modelos Android.