O jornalista Henrique Ternus colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
Terminou em um baile não oficial, na noite de segunda-feira (20), a viagem de políticos brasileiros aos EUA para acompanhar a posse de Donald Trump. Dos gaúchos, Giovani Cherini (PL) e Marcel van Hattem (Novo) participaram do evento de gala, que não contou com a presença do novo presidente norte-americano.
O evento, chamado de The Multicultural Coalition U.S. Presidential Inaugural Ball (em tradução livre, baile de posse presidencial dos EUA da Coalizão Multicultural), é organizado pelo pastor norte-americano Mark Burns. Ele é descrito pela revista Time como um dos principais religiosos no entorno de Trump — que, apesar de convidado, não compareceu.
De smoking, Cherini foi ao baile acompanhado da esposa, Adriane Cerini, que usou um vestido verde esmeralda. No Instagram, o deputado resgatou a memória da infância para celebrar a conquista de um "sonho":
"De menino da roça, lá do interior de Soledade, ao baile presidencial dos EUA, representando a direita brasileira com orgulho! Minhas origens são minha força e minha fé com muito trabalho me trouxe até aqui. Acredite nos seus sonhos, porque com determinação e propósito, tudo é possível!", escreveu o parlamentar.
Van Hattem — que foi acompanhado da mãe, Denise — e Cherini posaram para uma foto com outros parlamentares do Brasil, como o senador Jorge Seif (PL-SC) que registrou o encontro, além de brasileiros que vivem nos EUA. É o caso do blogueiro Allan dos Santos, que vive no país desde 2021 e que tem um pedido de extradição aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) desde o ano passado.
Ele é investigado por calúnia, injúria, ameaça e organização criminosa nos inquéritos das fake news e milícias digitais. A suspeita é que Santos tenha participado de uma rede organizada para atacar adversários políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Bolsonaro participou do baile, mas por chamada de vídeo. Durante a ligação, falou aos presentes em português, intercalado por uma tradução em tempo real para o inglês. Na sua fala, o ex-presidente defendeu a anistia aos acusados pelo ataque ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021, e disse ter a intenção de fazer o mesmo no Brasil em relação aos envolvidos na invasão e depredação das sedes dos três poderes, em 8 de janeiro de 2023 (se for eleito presidente). Faltou Bolsonaro dizer que hoje está inelegível e que, portanto, não pode ser candiadto em 2026.
— É um grande dia para o mundo. Deus salve a América e Deus salve o nosso Brasil — bradou Bolsonaro, a quem Cherini chamou de "nosso rei".
Além de Cherini e Van Hattem, Maurício Marcon (Podemos) era o terceiro gaúcho na comitiva brasileira que foi a Washington. Marcon relatou ter ficado cerca de 5 horas na fila para entrar no comício de Trump, na véspera da posse, mas não teve sucesso. Por isso, o deputado de Caxias do Sul não participou do brunch com o conselheiro e assessor do presidente norte-americano, Steve Bannon. Marcon também não foi ao baile junto com os outros gaúchos porque teria que alugar um smoking.