Que Mercado Público queremos? Como vamos fazer? Na resposta a essas duas perguntas, feitas pelos secretários Cézar Schirmer (Planejamento) e Ana Pellini (Parcerias Estratégicas), na primeira reunião com os permissionários, estará o futuro de um dos pontos mais conhecidos de Porto Alegre. Na reunião realizada nesta quinta-feira (7), os permissionários reafirmaram a contrariedade com a concessão, encaminhada na gestão de Nelson Marchezan e suspensa por decisão judicial.
O prefeito Sebastião Melo quer um mercado revitalizado, que funcione aos sábados e domingos, mas garante que nada vai ser imposto. Schirmer diz, lembrando Deng Xiaoping, que “não importa a cor do gato, desde que cace o rato”. Ou seja: o governo está aberto a discutir o modelo de gestão do Mercado Público, desde que atenda aos interesses dos consumidores e não perca a essência.
— O Mercado é patrimônio imaterial da cidade. Não pode ser descaracterizado, mas não pode continuar como está — reforça Pellini.
Se depender de Melo, o segundo andar, fechado desde o incêndio de 2013, deve ser transformado em um polo gastronômico. Uma das inspirações é o Mercado da Ribeiram em Lisboa, em que os clientes compram a comida de restaurantes e instalados lado a lado junto às paredes e consomem em um espaço coletivo, no centro do prédio.
Os dois secretários concordam que a prefeitura não deve continuar com a gestão do Mercado, porque se revelou incompetente. Os permissionários terão duas semanas para apresentar uma proposta.
— Não vamos voltar à estaca zero. Pode ser que até a concessão progrida, mas tudo será feito na base do convencimento, sem imposição — promete a secretária.