O jornalista Vitor Netto colabora com o colunista Rodrigo Lopes, titular deste espaço.
Com apenas 17 anos, Murilo Ferreira Ribeiro, morador de Imigrante, no Vale do Taquari, participou em janeiro do programa Jovens Embaixadores de 2025. Ele passou quase 20 dias nos Estados Unidos, em uma espécie de intercâmbio cultural.
O programa foi criado em 2003 pela Embaixada e Consulados dos Estados Unidos no Brasil. Junto a Murilo, outros 28 jovens de todo o Brasil participaram da iniciativa. Ele, o único gaúcho.
Murilo ficou na cidade de Pensacola, no Estado da Flórida. Ele partiu do RS no dia 6 de janeiro, mas antes de chegar em território americano, esteve por Brasília, onde, junto aos outros jovens, passou por um período de orientação.
De lá, rumou aos EUA e foi para Pensacola, conhecer o casal Elizabeth (70) e Basil (74) e a filha Leah (38), sua "hosts family", ou seja, a família que o acolheu.
— Eles só falavam em inglês, uma família 100% americana. Minha host mom era professora de faculdade, então tinha algum conhecimento em espanhol e conseguia entender alguma coisa quando eu não conseguia falar alguma palavra, mas a maior parte do tempo em inglês — explicou à coluna.
Segundo Murilo, a maioria dos Jovens Embaixadores ficam em dupla na host family, mas ele ficou sozinho. O cotidiano era, nas palavras dele, um "dia-a-dia bem americano".
— De manhã eles me levavam para escola, eles não trabalhavam. Mas eles saíam para ir ao pilates, e outros afazeres. De tarde me buscavam na escola, de noite jantávamos ou saíamos. Eles também convidavam amigos para ir lá. Conheci um monte de gente legal.
As aulas ocorriam dentro de uma universidade, junto a outros Jovens Embaixadores que também estavam na mesma cidade. O grupo de 29 foi dividido em duas equipes: parte para Flórida e outra parte para Cleveland, em Ohio.
— Fazíamos atividades diversas, todo dia uma coisa diferente. Por exemplo: em uma segunda passamos a manhã em sala de aula. De tarde, fomos para a prefeitura de Pensacola. Lá recebemos o título de cidadão honorário. Na terça, fomos fazer voluntariado. Não era muito conteúdo, era bastante prática. Teve um dia que fomos para a Universidade da Flórida e aprendemos sobre agricultura, sobre enchentes, chuvas e essas coisas.
Além disso, Murilo pôde assistir uma partida de hóquei e fazer amizades. principalmente com o próprio grupo de Jovens Embaixadores.
— Estou morrendo de saudade de todos eles. Agora, ao redor do Brasil inteiro tenho amigos. E, nossa, foi terrível dar tchau. Se eu parar para pensar de novo, eu choro — relembra.
Agora, de volta a Imigrante, Murilo planeja tirar um período para pensar nos próximos passos quanto a graduação e quem sabe até voltar para os Estados Unidos.
— Essa experiência me reescreveu por inteiro. Em tudo. Sobre a minha percepção sobre o Brasil, sobre os Estados Unidos, sobre outras culturas, sobre mim mesmo. Eu aprendi que temos que viver, temos de dar a cara a tapa. Foi esse o meu maior aprendizado. É uma experiência incrível, única e acho que não é impossível.
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