Entrevistada por 30 minutos no programa Gaúcha Atualidade, a candidata Manuela D’Ávila (PCdoB) fez questão de ressaltar as diferenças de seu plano de governo com as políticas adotadas ou encaminhadas pelo prefeito Nelson Marchezan. A principal diferença de impacto no médio e longo prazo diz respeito à parceria público-privada do saneamento básico.
Se for eleita, Manuela suspenderá o debate, por acreditar que água e esgoto devem ser tratados com recursos públicos. Desde o primeiro turno, Manuela bate na tecla de que o Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) é superavitário, mas, como os recursos para tratamento de esgoto e ampliação da rede de água tratada são incompatíveis com o orçamento, sugere que a prefeitura tome financiamentos, dentro ou fora do Brasil.
Manuela também discorda da privatização da Carris, que Marchezan cogitou mas não conseguiu levar adiante. Diz que a Carris deve ser balizadora do sistema de transporte coletivo da Capital e que, com gestão eficiente, pode ser superavitária e ajudar a melhorar a qualidade do serviço.
Sem apresentar fontes de financiamento além de um fundo de mobilidade formado com recursos do IPVA e das multas da EPTC, a candidata acena com redução da tarifa. Isso, sem adotar o pedágio no centro da cidade, sem demitir cobradores e sem reduzir as gratuidades.
Manuela disse que, se for eleita, procurará Marchezan no dia seguinte para começar a transição e que pedirá ao prefeito duas iniciativas: que encaminhe projeto à Câmara suspendendo o próximo aumento de IPTU para imóveis não residenciais e que comece a encaminhar a compra da vacina para a covid-19, tendo em vista a falta de uma política nacional de imunização pelo Ministério da Saúde.
A candidata discorda da forma como Marchezan conduziu o enfrentamento à pandemia, por não ter feito um programa de testagem dos profissionais da saúde e de rastreamento dos contatos dos infectados. Diz que, se eleita, vai criar um comitê com a participação e cientistas, empresários e representantes de diferentes setores para adotar medidas que permitam enfrentar o coronavírus sem fechar a economia.
Outra divergência com a gestão atual está na área da cultura. Manuela diz que vai mudar drasticamente a política atual, com a reativação de fundos e de projetos de descentralização da cultura para as comunidades. A meta, nos quatro anos de governo, é destinar à cultura 2% do orçamento total da prefeitura.
Engajada na campanha para que Porto Alegre conquiste o Web Summit 2022, maior evento de tecnologia do mundo, a candidata destaca o potencial da Capital, com seus polos tecnológicos , e diz que vai manter e aprofundar a parceria com o Pacto Alegre.
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