Primeiro foi o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, alvo da Operação Placebo, que acordou com a Polícia Federal na porta do Palácio Laranjeiras. Nesta quarta-feira (10), a cena se repetiu com o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), na Operação Para Bellum. Nos dois casos, a suspeita é de desvio de recursos públicos e superfaturamento na compra de equipamentos para o combate ao coronavírus, um crime que, se confirmado, renderá bons anos de prisão aos infratores.
Apelidada de Covidão, a operação da Polícia Federal antecipada à Rádio Gaúcha pela deputada Carla Zambelli (PSL-SP) e que começou por dois adversários do presidente Jair Bolsonaro deve se estender para outros Estados. A dúvida é qual será o próximo.
Hospitais de campanha de São Paulo estão na mira, mas em diferentes estados do país pipocam denúncias de superfaturamento na compra de equipamentos, fruto da dispensa de licitação, que abriu as portas para o casamento da ganância empresarial com a corrupção de gestores.
Assim como no caso de Witzel, no Pará a batida não se limitou ao Palácio dos Despachos: atingiu em cheio a secretaria da Saúde, comandada pelo gaúcho Alberto Beltrame, e se estendeu ao amigo do governador, fornecedor de respiradores superfaturados e defeituosos.
Na casa de outro gaúcho, Peter Cassol Silveira, secretário adjunto de Gestão Administrativa da Secretaria da Saúde, foram apreendidos R$ 748 mil em espécie. Quem consegue explicar uma bolada dessas guardada em casa?
Ainda que ninguém possa ser considerado culpado antes da condenação judicial, Witzel começa a enfrentar o julgamento político. Nesta quarta-feira (10), a Assembleia Legislativa aprovou a abertura de um processo de impeachment. No Rio, o julgamento político já começou.