Cresce reprovação de Bolsonaro
Pesquisa do Instituto Datafolha mostrou que a reprovação ao presidente Jair Bolsonaro subiu de 33% para 38% em relação ao levantamento anterior, feito no início de julho. Foram ouvidas 2.878 pessoas, com mais de 16 anos, em 175 municípios do país.
Já a aprovação de Bolsonaro caiu de 33% em julho para 29% agora. A avaliação como regular ficou estável, passando de 31% para 30%.
Outra pesquisa, a XP/Ipespe, divulgada no mesmo dia, aponta resultado idêntico, respeitada a margem de erro. Neste levantamento, o presidente aparece com 41% de avaliação negativa e 30% de positiva.
Traduzido em notas, para facilitar a comparação com o desempenho de um aluno, em uma escala de zero a 10, Bolsonaro caiu de 6,7 em fevereiro para 5,5 em agosto.
Escolhido o novo procurador
Ignorando a lista tríplice apresentada pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), Jair Bolsonaro escolheu Augusto Aras como substituto de Raquel Dodge no cargo de procurador-geral.
A indicação provocou duras críticas da corporação, incomodou integrantes da força-tarefa da Lava-Jato e irritou apoiadores do governo. O presidente chegou a pedir clemência aos seguidores e sugeriu que apagassem comentários negativos à escolha.
A ANPR reclama do desrespeito à lista tríplice. Os bolsonaristas não se conformam com o fato de Aras ter sido próximo de figuras proeminentes do PT, como o ex-ministro José Dirceu, hoje preso em Curitiba, e de, no passado, ter citado uma frase do guerrilheiro Che Guevara, um dos líderes da revolução cubana.
Vetos à lei do abuso de autoridade
Sob pressão do Judiciário e do Ministério Público, mas com o cuidado de não afrontar o Congresso, Bolsonaro sancionou na quinta-feira (5) o projeto de lei do abuso de autoridade, aprovado no mês passado pelo Legislativo.
A iniciativa, publicada no Diário Oficial da União, teve 19 dispositivos vetados, entre artigos e parágrafos, como a restrição ao uso de algemas.
Fim da aposentadoria especial
A Assembleia Legislativa aprovou por unanimidade o fim da aposentadoria especial para os deputados estaduais. Agora, os parlamentares passarão a contribuir para o INSS, e poderão se aposentar com o limite do Regime Geral da Previdência Social (RGPS), equivalente hoje a R$ 5,8 mil.
Último integrante do plano de seguridade, deputado Adolfo Brito (PP) também votou a favor da proposta, mas anunciou que vai entrar na Justiça para reaver os valores depositados no fundo. O deputado não aceitou receber de volta, corrigido, o montante de mais de R$ 1 milhão aplicado na previdência especial.
Brito também queria transferir para um fundo privado os recursos depositados pela Assembleia – pela regra, para cada real depositado pelos parlamentares, a Casa contribuía com dois.
Marchezan rompe de vez com o PP
Estremecida há mais de dois meses, a relação entre o prefeito Nelson Marchezan e o PP, do vice Gustavo Paim, desandou de vez na quinta-feira (5), com a ordem do prefeito para demitir todos os ocupantes de cargos em comissão ligados ao partido que ainda remanesciam no governo. Nem os assessores diretos de Paim foram poupados.
– Se eu ou o governo somos corruptos, e eles em três anos não indicaram no que, eles não podem ficar aqui - justificou.
Paim está em férias no Exterior e reassume o cargo na segunda-feira. Em nota, ele chamou a atitude de Marchezan de "desleal", por demitir assessores na sua ausência.
Audiência esvaziada
Representantes do governo do Estado não compareceram à audiência pública realizada pela Assembleia sobre a venda de ações do Banrisul.
O chefe da Casa Civil, Otomar Vivian, enviou um ofício aos deputados argumentando que representantes do governo não compareceriam porque a operação estaria protegida por sigilo, conforme regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O outro motivo para a ausência foi a falta de combinação prévia sobre a data da reunião.
Como não ouviram as respostas que queriam, especialmente sobre o destino dos recursos obtidos com a venda das ações, os proponentes Fábio Ostermann (Novo) e Sebastião Melo (MDB) solicitaram a convocação de uma nova audiência.
Caso o Piratini tente esvaziar o debate novamente, Melo e Ostermann devem propor a convocação do presidente do banco para que explique o processo da venda de ações ao Legislativo. Pelo mecanismo, Cláudio Coutinho seria obrigado a comparecer.