A Justiça decidiu, nesta segunda-feira (12), impor sigilo ao processo que suspendeu a venda de ações do Banrisul. A decisão, do juiz Vanderlei Deolindo, da 4ª Vara da Fazenda Pública, atende a um pedido da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), que sustenta que a publicidade poderia afetar a valorização do banco junto a investidores.
Para dar andamento à transação, o governo do Estado apresentou no processo provas da viabilidade do negócio e a razoabilidade dos valores envolvidos, conforme havia solicitado decisão judicial. Deolindo, porém, ainda não liberou o Piratini a dar prosseguimento à venda e pediu, antes de decidir, manifestação da parte contrária, Mateus Bandeira, proponente da ação.
Na argumentação da ação, Bandeira, que já foi presidente do Banrisul, tenta demonstrar, entre outras teses, "a lesão que será gerada ao erário público com a dilapidação deste valioso patrimônio a um preço irrisório e considerável". De acordo com ele, "há uma discrepância em relação à oferta de ações de outros bancos".
A venda de ações do Banrisul é uma das apostas do governo de Eduardo Leite para voltar a pagar em dia os salários dos servidores do Executivo. Em junho, o banco enviou comunicado ao mercado informando o interesse do controlador (o Estado do Rio Grande do Sul) em vender ações ordinárias (com direito a voto), mantendo o controle estatal.
A expectativa no mercado era de que a operação ocorresse a partir de setembro. A previsão do governo é arrecadar cerca de R$ 2,5 bilhões com a venda.