
O jornalista Vitor Netto colabora com o colunista Rodrigo Lopes, titular deste espaço.
O coletivo Faísca Revolucionária, grupo nacional que conta com participantes na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), planeja realizar neste sábado (22) um "tour comunista" pela instituição.
O ato está marcado para começar às 14h30min, tendo como ponto e encontro a frente do prédio do curso de Direito, no campus Centro, em Porto Alegre.
Em um vídeo publicado nas redes sociais, dois integrantes do coletivo explicam que a ideia é recepcionar os novos alunos e "convidar pra conhecer a UFRGS através de uma perspectiva marxista!", além de contar histórias de lutas dos estudantes e trabalhadores da universidade.
Conforme Giovana Pozzi, estudante de História na UFRGS e membro da Faísca Revolucionária, essa será a terceira edição do evento em Porto Alegre.
— Vamos apresentar como é o seu funcionamento, mostrando as histórias de luta por trás de cada um dos prédios da universidade e tudo mais, para que possamos nos apropriar desse passado. Por exemplo, histórias de luta das estudantes mães e de mulheres que lutaram pelo direito à moradia estudantil, da luta pelas cotas e para apresentar toda a potência da universidade pública. Por exemplo, a força que a UFRGS mostrou em meio à pandemia e, depois, novamente, em meio à enchente — explicou à coluna.
Segundo a estudante, mostrar "a perspectiva marxista" significa apresentar o olhar dos trabalhadores e dos estudantes, que fazem a universidade funcionar todos os dias.
— Mostrar a universidade que nenhuma reitoria ou governo mostra. Por exemplo, a realidade muito precarizada de trabalhadores dentro da universidade, como a situação dos terceirizados — disse Giovana, que denuncia estar recebendo ataques nas redes diante devido à repercussão do evento.
O grupo se identifica como "uma juventude que luta por um movimento estudantil independente, de oposição de esquerda ao governo Lula-Alckmin, para enfrentar a extrema direita".
O que diz a reitoria
A organização do tour explica que o coletivo é totalmente independente da reitoria, sem ligações políticas. O principal objetivo do movimento, segundo os integrantes, é garantir demandas dos estudantes, independente da reitoria ou do governo.
À coluna, o setor de comunicação da universidade informu em nota:
"A UFRGS não tem participação institucional nessa atividade. O corpo estudantil possui autonomia para realizar eventos, desde que respeite os princípios da universidade".