Estabeleceu-se um debate, no programa "Gaúcha Atualidade" desta terça-feira (4), na Rádio Gaúcha, se o tererê seria uma opção ao chimarrão neste calorão todo de fevereiro. Também debatíamos se está valendo caipirinha com diferentes frutas (a chamada caipiroska, com abacaxi, morango e outras) ou só a raiz, com limão e gelo.
Foi quando, no meio do debate, recebi uma mensagem pelo WhatsApp da Gaúcha de um ouvinte reclamando do gosto da água na zona norte da Capital.
Aquilo interrompeu meu raciocínio, que, até aquela altura se ocupava de pensar no chimarrão ou tererê e na "caipa" com limão ou morango...
O ouvinte, que não havia, infelizmente, se identificado, matou a charada, talvez sem se dar conta: não há chimarrão bom ou caipirinha que preste em gelo. E gelo se faz com... água.
De fato, mais uma vez boa parte dos porto-alegrenses enfrentam o problema do gosto de terra e cheiro ruim da água que sai das torneiras. Recebemos relatos do Teresópolis, Menino Deus, Bom Fim, Petrópolis e, agora, da Zona Norte.
Em meu bairro, o Jardim Botânico, nesta terça-feira (4), sequer consegui beber o café que havia feito antes de sair. Imagine cozinhar...
O Dmae atribui o gosto e cheiro percebidos pelos moradores à redução do nível do manancial do Guaíba, o que costuma ocorrer no verão, período com menos chuva. Ao colega Guilherme Gonçalves, de Zero Hora, o departamento garantiu que toda água fornecida é adequada ao consumo humano e que são realizadas 2,4 mil análises diárias nos pontos de captação, tratamento e distribuição da Capital.
Porto Alegre está assim: quando tem muita água, alaga. Quando tem pouca, seu gosto é ruim. Nem depois de um bom gole de caipirinha dá para aguentar.