Enquanto os gaúchos não conseguem desgrudar os olhos do caso do bolo envenenado em Torres, dois temas me parecem necessários e urgentes para que, como sociedade, possamos tirar algum aprendizado de toda essa tragédia.
O primeiro é sobre a necessidade de revisão dos protocolos hospitalares a respeito de óbitos decorrentes de intoxicação alimentar. A polícia chegou a comentar o assunto na entrevista coletiva de sexta-feira (10) após a análise que comprovou que o sogro da suspeita também morreu devido ao arsênio. Ora, o corpo só pode ser exumado e periciado porque não fora cremado em setembro.
Claro, não havia qualquer tipo de investigação ou suspeita de envenenamento àquela altura. Mas se ficasse comprovado que a morte havia sido devido à ingestão de veneno no hospital, os novos assassinatos teriam sido evitados.
Outro ponto que a tragédia familiar levanta é a facilidade de acesso ao arsênio no Brasil. Devido ao grande risco de contaminação acidental, a substância tem venda controlada e é proibido como raticida. No entanto, uma rápida pesquisa na internet leva a conhecidos sites de comércio digital para a compra do produto. E por um preço bem baixo.