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Se o ritmo da vacinação no Brasil continuar o mesmo, o país atingirá metade da população imunizada com ao menos uma dose contra covid-19 em junho de 2024, ou seja, daqui 41 meses.
A projeção consta de um levantamento feito pelo jornal The New York Times com base no monitor preparado pela Universidade de Oxford, por meio do qual é possível comparar o avanço das campanhas pelo mundo.
Israel, que lidera a corrida mundial pela imunização, deve ter metade de sua população vacinada com pelo menos uma dose dentro de quatro semanas. O mesmo prazo é projetado para os Emirados Árabes Unidos, o segundo país no ranking.
Conforme o monitor de Oxford, o Brasil até agora vacinou 0,3% da população. Mesmo assim, terminaria à frente das demais nações latino-americanas que já começaram suas campanhas. O Chile, primeiro país da região a iniciar a vacinação, enfrenta dificuldades logísticas e avançou muito pouco nos últimos sete dias na cobertura vacinal (apenas 0,2%). Se esse ritmo fosse mantido, só atingiria metade da população com ao menos uma dose em 53 meses. A Argentina levaria 165 meses para chegar a ter metade da população com ao menos uma dose.
Pelos cálculos do Times, os Reino Unido, primeiro país do mundo a iniciar a vacinação, em 8 de dezembro, atingiria a meta em três meses, e os EUA, em seis. Na segunda-feira, o presidente americano, Joe Biden, afirmou que o país deve se aproximar da imunidade coletiva à covid-19 até o verão (junho-agosto). Imunidade coletiva surge quando muitas pessoas já estão imunes contra uma infecção e, com isso, dificultam a ampla transmissão do vírus.
Recentemente, a cientista-chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Soumya Swaminathan, declarou que, apesar de vários países já estarem aplicando vacinas contra o coronavírus, o mundo não alcançará a imunidade coletiva em 2021.
- Leva tempo para dimensionar a produção de doses - não só em milhões, mas aqui estamos falando de bilhões - afirmou, ao pedir que as pessoas tenham "um pouco de paciência".