A pandemia do coronavírus começa a derrubar um dos princípios mais caros à União Europeia (UE): o acordo de Schengen, que permite a livre-circulação de pessoas por 30 países sem a necessidade de checagem entre as nações signatárias.
A Alemanha recrudesceu seu aparato de segurança e anunciou o fechamento das fronteiras com França, Suíça e Áustria. Só será liberado o transporte internacional de mercadorias e a circulação de cidadãos que moram e trabalham nessa região fronteiriça.
Trata-se de um ponto de inflexão: um dos maiores defensores dos princípios da UE, a Alemanha não fechou fronteiras nem quando a maioria dos países europeus proibiu a entrada de migrantes provenientes de guerras do norte da África e do Oriente Médio.
Na madrugada deste domingo (15), a Polônia também fechou a fronteira com Alemanha, República Checa, Eslováquia e Lituânia. As autoridades do país anunciaram que os poloneses que quiserem regressar ao país terão de se submeter a uma quarentena de 14 dias.
A França também anunciou um reforço nos controles da fronteira com a Alemanha, mas sem o fechamento parcial como decidiu o governo do país vizinho.
O Espaço Schengen, onde vigora o tratado assinado em outubro de 1997, inclui todos os integrantes da UE (exceto Irlanda e Reino Unido, que estava no bloco até janeiro) e três que não são membros do bloco (Islândia, Noruega e Suíça). Junto com livre-circulação de pessoas, os demais pilares da entidade supranacional são o trânsito aberto a bens e capitais.
O Brexit, a saída do Reino Unido da UE, em janeiro, foi o primeiro golpe no bloco. A derrubada de Schengen fará nascer uma Europa diferente a partir desta segunda-feira (16).