Passado o susto, o Brexit é apenas a ponta do iceberg da crise existencial do Velho Continente, que, em 2017, enfrentará fases decisivas a cada eleição em pelo menos quatro países. O sonho da integração entrou em xeque não só pela decisão britânica de deixar a União Europeia (UE). O terrorismo assombrou Bruxelas, Nice e Berlim, e há fortes indícios de que novos atentados, com malucos dirigindo caminhões sobre multidões, vão continuar. A exemplo do que vimos nos Estados Unidos, há descrença generalizada no establishment político. Nesse caldeirão de incertezas, há ainda o temor dos arroubos megalomaníacos do presidente russo, Vladimir Putin, à Leste, sem a garantia de defesa por parte dos irmãos do Oeste – Trump quer que a Europa pague a conta pela própria segurança. Em outras palavras, a Europa se vê, pela primeira vez desde a II Guerra Mundial, desafiada a resolver, por si própria, seus problemas.
Unidade frágil
Europa em busca de um Trump
Quatro eleições em 2016 vão testar capacidade do bloco de permanecer unido, principalmente depois da decisão do Reino Unido de sair da UE
Rodrigo Lopes
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