
No meu dia a dia, converso com muitas pessoas sobre tecnologia e seu potencial transformador. Em minhas palestras, vejo rostos iluminados pela empolgação ao descobrirem uma ferramenta que pode facilitar seu trabalho ou impulsionar seus negócios. Muitas delas vêm falar comigo no final, enviam mensagens — algumas apenas para expressar gratidão por terem enxergado um novo mundo de oportunidades, outras em busca de mais dicas e caminhos para aprofundar seus estudos.
Na literatura, o letramento digital refere-se às habilidades necessárias para utilizar tecnologias digitais de forma crítica e eficiente, abrangendo desde operações básicas até a capacidade de avaliar e criar conteúdo digital.
De acordo com uma pesquisa encomendada pela Anatel e publicada em junho de 2024, aproximadamente 30% da população brasileira possui habilidades digitais básicas, como copiar ou mover arquivos, enviar e-mails com anexos e utilizar ferramentas simples da internet.
A mesma pesquisa indica que apenas 18% dos brasileiros possuem habilidades digitais intermediárias. A meta estabelecida é alcançar 30% da população com essas competências até 2027.
O papel do Rio Grande do Sul na inclusão digital
O Rio Grande do Sul é o único estado do Brasil que conta com uma Secretaria de Inclusão Digital, liderada por Lisiane Lemos, secretária extraordinária de Inclusão Digital e apoio às políticas de equidade. Conversei com ela para entender como essa pauta vem sendo trabalhada no estado.
Lisiane explicou que organizou o trabalho em quatro grandes pilares:
- Cuidado e atenção
- Letramento digital básico
- Educação para o futuro
- Empreendedorismo feminino de periferia, com foco em mulheres atingidas por desastres climáticos.
Diversas ações estão sendo implementadas dentro da agenda de letramento digital e qualificação técnica digital no estado. Programas com laboratórios de informática e acesso à internet estão sendo desenvolvidos em parceria com a Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia, liderada por Simone Stulp, e com a Central Única das Favelas (Cufa).
— O Rio Grande do Sul tem um perfil demográfico diferente dos outros estados. Quando pensamos em letramento digital, não podemos focar apenas em jovens talentos. Nosso estado tem a maior população idosa do país, por isso nossos programas precisam ser multigeracionais e presenciais — afirmou Lisiane Lemos.
Uma iniciativa importante que está para acontecer no estado é o CulturaTech, voltado para escolas públicas e monitores. Trata-se de uma imersão em cultura e robótica, com inscrições gratuitas abertas até o dia 25 de março por meio de editais disponíveis que você pode acessar no perfil do Instagram amora produções culturais. O CulturaTech atende escolas impactadas pelas enchentes e oferece cursos de arte digital, robótica e criação de laboratórios criativos.
Letramento Digital: uma necessidade, não um diferencial
O letramento digital não é mais um diferencial — é uma necessidade. Ele abre portas para novas oportunidades, impulsiona carreiras e transforma negócios. Mais do que apenas aprender a usar ferramentas tecnológicas, trata-se de desenvolver uma mentalidade adaptável e preparada para o futuro.
O avanço da tecnologia impõe desafios, mas também cria possibilidades ilimitadas. O que determinará o sucesso de indivíduos e empresas na nova economia não é apenas o acesso à tecnologia, mas a capacidade de utilizá-la com inteligência e estratégia.
O futuro é digital – e o momento de se preparar para ele é agora.