
Daniel Noboa, candidato de direita, foi reeleito presidente do Equador neste domingo (13). Ele derrotou a esquerdista Luisa González no segundo turno em disputa acirrada.
Com mais de 90% das urnas apuradas, Noboa estava à frente por mais de um milhão de votos, diferença de 12 pontos percentuais (56% contra 44%). Em coletiva de imprensa, a presidente do Conselho Nacional Eleitoral, Diana Atamaint, disse que o resultado é matematicamente irreversível.
—Esta vitória foi histórica, uma vitória de mais de 10 pontos — disse Noboa à imprensa em sua casa no resort Olón.
O novo mandato de Noboa começará em 24 de maio e tem duração de quatro anos.
Oposição não reconhece resultado

Luisa González rejeitou os resultados do segundo turno presidencial no Equador e pediu uma recontagem dos votos.
"Eu me recuso a acreditar que existam pessoas que preferem a mentira à verdade", declarou a sucessora do ex-líder socialista Rafael Correa (2007-2017) em Quito.
"Vamos pedir recontagem e abertura das urnas (...), é a fraude eleitoral mais grotesca", acrescentou.
Estado de exceção e toque de recolher marcaram segundo turno
Aos 37 anos, Noboa é um dos governantes mais jovens do mundo e quer se manter no poder até 2029. Dez anos mais velha, Luisa González desejava ser a primeira mulher a comandar o país, com apoio de seu padrinho político, o ex-mandatário socialista Rafael Correa (2007-2017).
Noboa denunciou irregularidades na contagem dos votos do primeiro turno, apesar de observadores internacionais terem descartado essa denúncia.
Neste segundo turno, Luisa acusou o governo de "ações desesperadas" para manipular os registros de votação.
"Devemos rejeitar firmemente a narrativa de fraude. Acusações sem provas minam a confiança na própria democracia", disse Diana Atamaint, presidente do Conselho Nacional Eleitoral.
Às vésperas do segundo turno, o governo declarou estado de exceção por 60 dias e ordenou toque de recolher noturno nas regiões mais atingidas pela violência.
"Isso viola os nossos direitos", reclamou Luisa após votar, em Canuto (sudoeste). Já Noboa votou em Olón, sem dar declarações. Ambos estavam protegidos por um forte esquema de segurança.
Voto é obrigatório
A presidente do Conselho Nacional Eleitoral, Diana Atamaint, informou que 83,76% dos eleitores exerceram o direito de votar. Um total de 13,73 milhões de equatorianos têm direito de votar. O voto é obrigatório para cidadãos entre 18 e 64 anos, e opcional para adolescentes entre 16 e 17 anos e adultos maiores de 65 anos.
Duas pesquisas de boca de urna apresentaram resultados conflitantes no final da votação, levando o Conselho Eleitoral a pedir que as pessoas confiem apenas nos resultados oficiais depois que a votação final for revisada.
"Nós, equatorianos, vivenciamos uma celebração democrática verdadeiramente pacífica e sem incidentes", declarou Atamaint.