
Um dia antes do início do South Summit Brazil 2025, um outro movimento já aquecia o ecossistema de inovação em Porto Alegre. A primeira edição do Gerdau Innovation Day marcou a entrada oficial da empresa centenária na programação do evento global, com uma proposta clara: transformar o futuro por meio da colaboração.
Em um momento delicado para o Rio Grande do Sul — estado onde a Gerdau nasceu há 124 anos —, a abertura do evento foi mais do que simbólica. Ao reforçar que “inovação só faz sentido quando caminha lado a lado com a colaboração”, a Gerdau deu o tom de um dia que combinou tecnologia, propósito e estratégia. A presença de André Gerdau, ao lado de representantes do governo estadual, também mostrou que os desafios do presente exigem pontes reais entre o público e o privado.
A Gerdau não quer apenas participar do debate sobre inovação. Quer liderá-lo. Mais do que uma gigante do aço, a companhia se posiciona como agente ativo na construção de ecossistemas de inovação nas Américas. Com atuação em hubs, startups e iniciativas de impacto, vem ampliando seu alcance muito além da siderurgia.
O Gerdau Innovation Day foi um reflexo desse novo posicionamento. Painéis com especialistas de diferentes áreas discutiram desde parcerias estratégicas e ESG até experiências de marca e empreendedorismo.
No painel de abertura, Pedro Valério, do Instituto Caldeira, reforçou o papel dos distritos de inovação como motores do desenvolvimento econômico e social. Esses ambientes urbanos, que conectam empresas, universidades e startups, são vistos como uma evolução dos parques tecnológicos — promovendo trocas ágeis e resultados concretos para a economia local.
Um dos momentos mais emblemáticos do dia veio com Sérgio Finger, CEO da Trashin, que destacou o papel das startups na construção de modelos de negócio circulares. André Gerdau complementou, lembrando que a empresa já nasceu nesse espírito — transformando sucata em aço. Hoje, mais de 70% da produção da Gerdau vem de materiais reciclados.
O encontro também foi palco para apresentar os avanços da Gerdau Next, divisão de novos negócios da companhia, que investe em áreas como energia renovável, logística e construção sustentável. Ao lado da Randoncorp, que vem fazendo um trabalho semelhante com a Randon Ventures, o painel revelou que inovação com escala só acontece com fit cultural e visão compartilhada.
Aceleradoras, como a Ventures Gerdau, mostram que o futuro das corporações passa pela capacidade de se conectar com quem está começando — e de aprender com outras formas de pensar e agir. Alinhar metas é essencial, mas entender valores, ritmo e mentalidade faz toda a diferença. Quando as culturas se conectam, a inovação acontece de forma mais fluida e com propósito.
Também ficou claro que parcerias reais, hoje, precisam estar comprometidas com práticas ESG. Sustentabilidade ambiental, impacto social e boa governança já não são um “extra” — são o básico. Gerdau Next e Randoncorp estão aí pra provar que é possível crescer com responsabilidade e visão de futuro.
Inovação como experiência: o case Fórmula 1
Entre os destaques do dia, uma palestra sobre inovação por meio de parcerias estratégicas para marcas trouxe à tona o exemplo da Fórmula 1, com foco no impacto econômico e logístico do Grande Prêmio de São Paulo. Em apenas três dias, o evento mobiliza cerca de 300 mil pessoas, gera R$ 2 bilhões em impacto econômico e envolve 15 mil profissionais na operação — que transforma Interlagos em um polo global de entretenimento, negócios e tecnologia.
Além do espetáculo nas pistas, a F1 tornou-se uma referência em hospitalidade corporativa, com mais de 400 empresas utilizando o ambiente para estreitar relações com clientes e parceiros. A tecnologia também é um pilar central do ecossistema: da coleta de dados em tempo real à personalização da experiência do público, tudo é desenhado com precisão e propósito.
O painel reforçou como grandes marcas podem usar eventos como plataforma de inovação e conexão — e como a integração entre experiência, estratégia e tecnologia pode redefinir o valor de um negócio.
Luis Justo, CEO do Rock in Rio, trouxe a potência do storytelling como ferramenta de inovação. Com histórias sobre a criação do festival, destacou que “todo grande negócio começa com uma dor real” e que o público não compra produtos, compra experiências. A conexão emocional com o público está no centro da marca. Uma provocação direta para empresas que desejam se manter relevantes em tempos de transformação.
Um novo capítulo para a inovação brasileira
Ao encerrar sua primeira edição, o Gerdau Innovation Day mostrou que inovar é, antes de tudo, um compromisso com o futuro coletivo. E que, mesmo com raízes profundas, é possível se reinventar — com leveza, estratégia e colaboração.
Mais do que aquecer o South Summit Brazil, o evento acendeu uma luz sobre o papel das grandes empresas na construção de um Brasil mais inovador.