Menos de um mês após assumir o governo, o prefeito Sebastião Melo chama de "acupunturais" suas primeiras iniciativas para revitalizar o Centro Histórico, promessa que ele fez durante a campanha.
– São medidas que precisam dialogar com um projeto maior que teremos mais adiante – garante o prefeito.
Entre essas ações mais imediatas está, por exemplo, uma ideia de ajardinar o muro da Mauá. Com a inauguração do Cais Embarcadero prevista para março, Melo entende que o paredão de três metros de altura seria uma recepção triste para os frequentadores. O ideal, na avaliação do prefeito, era cortar o muro pela metade, mas isso envolve longas discussões sobre alternativas para contenção de enchentes.
– Cobrir o muro de plantas levaria, pelo menos, alguma vida para essa estrutura que nos separa do que há de mais bonito na cidade – acredita Melo.
Outra iniciativa "acupuntural" será a revitalização da Praça Montevideo, em frente à prefeitura: a Companhia Zaffari vai doar na quinta-feira (28) um projeto de recuperação da área, que inclui a troca do piso inteiro, o conserto da Fonte Talavera de la Reina – uma das mais bonitas da cidade, presente da colônia espanhola em 1935 – e o paisagismo da praça.
Outras praças do Centro, aliás, como a charmosa Otávio Rocha, também estão prestes a ser adotadas pela iniciativa privada. Mas o impacto mais evidente das primeiras medidas estará na obra do Mercado Público.
Os atuais permissionários têm até o final do mês para apresentar uma proposta à prefeitura: se toparem fazer as reformas, eles seguirão no comando das lojas sem pagar aluguel até o valor ser abatido. Segundo Melo, os 110 comerciantes precisarão investir algo em torno de R$ 12 ou R$ 15 milhões.
– O segundo andar do prédio será reaberto à população neste ano, sem dúvida alguma – promete o prefeito, que também exige o funcionamento do Mercado aos sábados e domingos.
A revitalização da Rua da Praia – projeto que desde o governo Fortunati caminha a passos lentos –, a reabertura da Usina do Gasômetro e a derrubada (ou a retomada da construção, se houver interesse dos proprietários) do prédio conhecido como Esqueletão completam a lista de primeiras medidas para revigorar o Centro Histórico.
Melo enfatiza, no entanto, que um projeto urbanístico mais robusto, valorizando a região toda, ainda precisa avançar internamente. Conforme o prefeito, o futuro reserva, por exemplo, menos espaço para automóveis na região central:
– Não dá para fazer balão de ensaio, mas a cidade é das pessoas. Quando os carros ganham das pessoas, é a falência da cidade.