No último dia 10, a coluna mostrou como um grupo de sócios do Veleiros do Sul, contrariado em dividir o mesmo ambiente com a deputada Manuela D'Ávila (PC do B), se mobilizou para impedir a permanência de Duca Leindecker, marido dela, como associado do clube.
Dezenas de mensagens, e-mails e telefonemas chegaram desde então. Alguns citavam a controversa “ficha do Tavares”: alguém no Veleiros teve a ideia de apresentar Duca Leindecker, na ficha de admissão do clube, como Eduardo Tavares. Ao omitir o último sobrenome, a intenção seria esconder que aquele era o “marido da comunista”.
Não adiantou. Quando alguns sócios descobriram a manobra, barraram o casal como teriam barrado de qualquer forma. Quer dizer, com ficha ou sem ficha, o desfecho é o mesmo: um grupo de pessoas, em pleno século 21, não admitiu sequer respirar o mesmo ar de quem pensa diferente.
*Leitores também me escreveram para lembrar que clubes são instituições privadas e que, portanto, não são obrigados a aceitar ninguém como associado. Concordo, é verdade, não há crime algum nisso. Mas essa NÃO é uma história sobre crime, e sim sobre intolerância. E tolerância é justamente conviver com o diferente sem ser obrigado.