Uma cena curiosa tem chamado a atenção em Coronel Barros, município de pouco mais de 2,8 mil habitantes no noroeste do Estado: há cerca de dois meses, uma cadela poodle de 14 anos adotou uma gata filhote e passou a tratar como sua cria — inclusive produzindo leite para amamentar a felina.
A tutora Elizane Rush conta que tudo começou com a chegada de "Bonequinha", nome dado à filhote. A gatinha foi colocada para adoção depois de ser rejeitada pela mãe-gata com outros quatro irmãos.
Quando chegou à família, a gata tinha apenas 15 dias de vida. Segundo a tutora, cerca de uma semana depois, a poodle Maya começou a produzir leite e adotou a felina.
— A Maya sempre foi mãezona — conta Elizane.
Agora com dois meses de idade, Bonequinha e Maya são inseparáveis. A mesma cena se repete todos os dias: a felina busca a cadela, que se deita e aguarda com paciência até que a gatinha termine de mamar.
— Ela (a poodle) sempre cuidou dos outros bichinhos que a gente pega, sempre foi mãezona, mas essa de adotar pra dar de mamar é a primeira vez — conta Elizane.
Mais comum que parece
A cena pode até parecer incomum, mas é corriqueira entre os caninos. Isso porque, assim como os humanos, cadelas também desenvolvem gravidez psicológica. Estima-se que 70% desses animais tenham essa condição ao longo da vida.
A circunstância pode acontecer por estímulo próprio da cadela ou depois da chegada de um novo animal na casa — como foi o caso de Maya e Bonequinha.
Além da produção de leite, outros sintomas que acarretam da gravidez psicológica dos cães são alteração no humor, aumento das mamas e inchaço abdominal.
Os sinais costumam aparecer dois meses após o cio, que ocorre duas vezes ao ano. A única forma de evitar a condição é através da castração, como afirmou especialista em entrevista a GZH.