
O efeito Donald Trump na América Latina caso ele seja eleito: há um elemento básico. O preconceito contra os mexicanos, ilustrado pelo impressionante muro que o republicano quer erguer entre os dois países, só é contra os mexicanos porque são eles os vizinhos. Na verdade, é contra todos os latino-americanos.
E brasileiros, argentinos, uruguaios e cubanos são latino-americanos, ora.
No México, já se prevê um "furacão" na economia local caso Trump seja eleito.
Quem diz isso é o presidente do Banco Central mexicano, Agustín Carstens.
Aí, começa um efeito dominó bastante prejudicial a todos.
A Aliança do Pacífico, integrada por México, Chile, Peru e Colômbia, seria afetada de forma intensa.
E o Mercosul com isso?
Pela primeira vez, o Mercosul, de perfil mais neoliberal e pragmático, inicia uma aproximação com a Aliança do Pacífico, que já tem essas características. Logo, também se verá atingido.
Acordos comerciais em geral tendem a ser congelados.
E, ao serem congelados os acordos comerciais, a tensão será global.
Em especial, a tensão com a China.
Ou seja, não é pura retórica dizer que Trump virá para bagunçar o coreto.
Um efeito colateral que se avizinha: o ressurgimento do sentimento antiamericano com intensidade.