Muito triste esta história, que precisa ser revista - e haja "relativismo cultural" para aceitar algo assim. Vítimas convivendo com seus carrascos - é isso o que ocorre na paradisíaca Ilha de Páscoa, território chileno no meio do Pacífico.
Mulheres vítimas da violência familiar tentam derrubar lei local que diminui as penas para condenados por estupro ou abuso sexual.
Sim, isso mesmo! Pode haver luta mais justa?!
- Como vamos poder sanar as feridas das vítimas tendo os algozes por perto? -perguntou, ao ser indagada pela agência de notícias France Presse (AFP), Elizabeth Arévalo Pacarati, uma das promotoras da medida que tenta revogar a lei de cinco décadas - foi promulgada em 1966, quando o Estado chileno anexou oficialmente a Ilha de Páscoa - localizada a 3.500 km do continente.
A lei estabelece várias exceções para os nascidos na ilha, incluindo tributárias, por posse de terras e na administração da justiça. Mas são dois trechos da chamada "Lei Páscoa" que mantêm em pé de guerra as organizações feministas: diminuem penas e concedem benefícios carcerários a condenados por estupro e abuso sexual. Em alguns casos, permite a libertação imediata do acusado.
Pensada inicialmente para levar em conta as particularidades da cultura polinésia dos nativos da Ilha de Páscoa, cinco décadas depois e com população que duplicou nos últimos 25 anos, a norma hoje é considerada atentatória contra os direitos humanos de centenas de vítimas. Na Ilha de Páscoa, os indicadores quase triplicam em relação ao resto do país. Claro, ora!
Em qualquer local do território chileno, um acusado de estupro recebe pena mínima de cinco anos. Na Ilha de Páscoa, a pena é de três anos e um dia, e a lei permite cumprir a sentença em liberdade vigiada ou reclusão noturna.
Na boa: quanta estupidez em nome de um injustificável relativismo cultural.