Não tenho dúvidas de que a presidente afastada Dilma Rousseff, na iminência da votação que deve apartá-la de vez do cargo, constrange-se com alguns abraços de urso - ou "apoios de urso". Mesmo com as circunstâncias a levando a se alinhar politicamente a bolivarianos e assemelhados, Dilma sempre torceu o nariz para essa turma. E motivos nunca faltaram. Entre eles, a vontade que ela tinha de ver o Mercosul negociando com a União Europeia (UE), iniciativa travada reiteradamente pelos argentinos kirchneristas e pelos venezuelanos chavistas. Mas não era só isso. O próprio Luiz Inácio Lula da Silva já saiu de cabelo em pé depois de reunião com o então colega Hugo Chávez. Aquele pessoal tem uma lógica pesada, que o próprio secretário-geral da OEA, Luis Almagro, identificou ao ser a favor do referendo revogatório de Maduro e se opor ao impeachment de Dilma. Almagro, ex-chanceler do uruguaio José Mujica, é homem de esquerda. Mas sabe as diferenças entre grupos e entre métodos.
Empurrãozinho bolivariano
Apoios que são tiro no pé de Dilma
Cristina Kirchner e Nicolás Maduro falam em grande conspiração "imperialista" contra todas as "forças progressistas", misturando tudo
Léo Gerchmann
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